Protesto, união e diversão: confira como foi a sexta edição do Oxigênio Festival

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Um dos melhores festivais de rock independente foi realizado nos dias 13, 14 e 15 de Setembro, e se você não teve a oportunidade de participar de pelo menos um desses dias, já te adianto que perdeu muita coisa. O festival foi um verdadeiro protesto no melhor modo rock n’ roll de ser. O primeiro dia de evento foi na Sexta-Feira e os portões abriram por volta das 20h, havia uma fila para entrada que se dividia entre público e imprensa. Pelo terceiro ano o local do evento foi o Via Matarazzo, que é enorme. O Oxigênio Festival se divide em dois palcos: o “Side Stripe” e o “Off The Wall“, pelos nomes já se vê que a Vans, uma das grandes patrocinadoras do evento estava presente em quase tudo por lá, haviam luminosos e faixas espalhadas por todo o local.

Ao entrar você já se deparava com o primeiro palco, onde geralmente a primeira banda do line up já estava a postos. A segunda atração desse palco em todos os dias era o karaoke band, que era uma banda formada com alguns integrantes das bandas que estavam se apresentando no dia. E se você tivesse coragem, você podia subir no palco e cantar uma das músicas ao vivo pro público. A galera se divertiu bastante com essa atração e até um dos organizadores, Rafael Piu, se arriscava a cantar uma música ou outra nos dias do evento.

Foto: Paola Oliveira

No primeiro dia tivemos atrações como Bayside Kings, que fez um show destruidor, com muitos “mosh pit” e “stage diving“, após as primeiras músicas, o vocalista desceu do palco e fez o restante do show ali embaixo mesmo, no meio da galera. Sempre destilando comentários sobre o governo, na verdade, algo que foi muito presente na apresentação de quase todas as bandas do evento. Ele brincou que o evento estava tão bom que até Jesus tinha aparecido, se referindo a um cara que estava vestido de Jesus no público. Outros nomes como Sugar Kane, Codinome Winchester e Dead Fish se apresentaram também nesse dia.

O show do Dead Fish estava bem cheio, a galera cantava em peso as músicas e tinha muita mulher nas rodas, isso foi algo que realmente me chamou muita atenção, pois foi a primeira vez que vi um evento tão organizado e não violento.  Nesse dia, as bandas O Inimigo e Dead Fish falaram com a galera sobre uma caixinha de doação que estava rolando na banca de merchan para ajudar a galera da ocupação Alcântara Machado que havia pegado fogo a poucos dias. Essa caixinha ficou os três dias do evento lá para que todos pudessem contribuir um pouco.

Foto: Paola Oliveira

Outro fato bem interessante do evento foi a acessibilidade, tinha rampas e elevadores para deficientes físicos, nos três dias eu vi cadeirantes no evento, podendo curtir os shows sem problemas. O primeiro dia finalizou com a apresentação do Teco Martins e a Sala Espacial que sem sombras de dúvidas foi a atração mais inusitada do dia. O som deles era totalmente diferente de tudo que havia tocado até o momento, mas mesmo assim o público assistiu ao show e se divertiu com as músicas do grupo.

Foto: Paola Oliveira

O segundo dia começou com muito peso com as bandas The Mönic e Ratos de Porão. As meninas da The Mönic tocaram vestidas de branco em homenagem a Taynara, uma funcionária do projeto Escuta as Minas do Spotify que foi assassinada pelo ex-marido na frente de seus filhos, infelizmente o feminicídio é um enorne problema no nosso país, mas as meninas do The Mönic não deixaram quieto, e mostraram toda a sua indignação com uma apresentação eletrizante. O Ratos de Porão estava com a bandeira do MST no bumbo da bateria chamando bastante atenção para as causas sociais. Zumbis do Espaço foi uma atração que também movimentou bastante o público do evento, juntamente com Molho Negro.

Foto: Paola Oliveira

Eis que entra Nervosa, eu sou meio suspeita para falar dessa banda, porque as conheci tocando no Roça N’ Roll e desde então, não consegui mais parar de ouvir tudo que é lançado delas rs. E como não poderia ser diferente, o show foi muito bom, elas detonaram como sempre, tinha uma galera assistindo e vários “mosh pit” rolaram. O que prova que lugar de mulher pode ser no palco sim! Bom, e por falar em Roça N’ Roll, tivemos duas atrações que me lembraram muito a atmosfera desse evento que era um dos meus favoritos, Bardo e o Banjo e Terra Celta, duas bandas de folk que fizeram a galera dançar muito!

Foto: Paola Oliveira

Enquanto isso no palco “Off The Wall” rolava Supercombo que contou com a participação de Dani Buarque e Ale Labelle da banda The Mönic na música “Cela“. Não tenho nem muito o que dizer, porque o show deles é sempre incrível, você pode conferir a última resenha que eu fiz sobre eles aqui.A última atração desse dia foi a banda Braza que entrou no palco ao som de muitos gritos do público pra fechar essa noite.

Foto: Paola Oliveira

O terceiro dia começa com os gritos das mulheres do Sapataria, Charlotte Matou Um Cara e Violet Soda. Três bandas que contam com mulheres incríveis em sua formação, e que atraiu muito público, mesmo sendo os primeiros shows do dia. A apresentação da banda Violet Soda contou com uma participação mais que especial, nas duas últimas músicas, o Raffa guitarrista do Far From Alaska, entrou para tocar junto com eles. A vocalista, Karen Dió, desceu do palco na última música e fez o “mosh pit” junto com a galera, foi memorável.

Nesse dia, eu resolvi participar de um dos workshops que estavam sendo oferecidos pela Vans, tinham três opções: oficina de bottons, silk e lambe-lambe e zine punk. Optei pela oficina de bottons, foi bem divertido aprender a fazer os próprios bottons com a arte que você quiser. Outras atrações do evento era a photo box, uma máquina que tirava fotos instantâneas e alguns arcades para a galera jogar, todas as atrações eram gratuitas. A parte de alimentação, tinha opções tanto com carne, como vegetariano, a cerveja era Budweiser e havia alguns drinks como Jagermeister com energético Monster e Jack Daniels com Pepsi.

Foto: Paola Oliveira

Continuando o dia de shows, entrou a banda Autoramas com o show sempre insano, a energia deles no palco é algo único, se você nunca teve oportunidade de assistir um show deles, meu conselho é vai logo. Nesse momento o palco “Side Stripe” que já estava abafado, ficou pior ainda. Parecia que nesse dia o ar condicionado não estava dando conta do ambiente. O show do Esteban estava lotadíssimo, com o público cantando em coro, muito bonito de se presenciar. O Strike entrou pra fazer seu show e os palcos estavam bem equilibrados em questão de público.

Mas como nada na vida é perfeito, no decorrer do show do Strike, a energia acabou, todas as luzes e equipamentos de som pararam, isso foi por volta das 19:45. Com a queda de energia, os funcionários começaram a montar o palco do Far From Alaska para adiantar o trabalho. Porém não havia sido informado sobre a continuação do evento por parte da organização. Parte da banda Far From Alaska ficou com o público esperando solucionar o problema. Às 21:05 a energia voltou, começaram a fazer alguns testes no som, porém sem sucesso. No instagram do evento comunicaram a queda e informaram que logo voltaria a energia para continuar o evento. Entretanto, não foi isso que ocorreu e infelizmente as duas últimas bandas do palco “Off The Wall” não puderam se apresentar no formato pretendido.

Foto: Bruno Trindade Ruiz

A organização falou com o público presente somente às 22:30 explicando o que havia ocorrido, segundo eles, um grave problema de energia que infelizmente havia queimado alguns equipamentos de som, impossibilitando a apresentação das últimas bandas. Então as bandas conversaram e decidiram que o Far From Alaska se apresentaria no Domingo (22/09) no The House e o Francisco, El Hombre faria um show acústico com a galera ali mesmo. Os que se sentiram lesados de alguma forma, puderam ter seu dinheiro de volta na bilheteria.

Apesar do imprevisto, a galera presente ainda curtiu o show do Francisco, El Hombre e finalizou com o astral lá em cima. Algumas pessoas ficaram chateadas com a situação toda, já que acabaram não podendo assistir a banda que queriam, e como muitos que estavam lá não eram de São Paulo ou moravam distante do local, acabaram voltando pra casa insatisfeitas. Mas a organização tentou fazer o melhor que pode para reverter a situação. Acredito que todos que puderam participar dos três dias de evento puderam ver que a organização do evento foi muito boa, sem muito atraso, sem muitas filas e banheiros sempre limpos. Foi a primeira vez que tive a oportunidade de estar presente cobrindo o evento e espero voltar ano que vem!

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