Categories: Resenhas

Anthrax traz novos elementos ao seu Trash em For All Kings

Ai vem a responsa de falar sobre uma das bandas mais aclamadas do Trash: o Anthrax, que só faz parte da Big Four (Juntamente com Slayer, Metallica e Megadeth), a história do metal mundial.

Em 2011 lançaram “Worship Music”, e depois de um longo hiato de cinco anos, veio o filho pródigo “For All Kings”. Nesses 35 anos de carreira, obviamente a banda passou por diversas mudanças e alguns integrantes.

A arte da capa ficou mais uma vez sob a responsabilidade do renomado desenhista Alex Ross, dono de todas as capas desde “We’ve Como For You All” (2003) e é sem dúvidas, uma das mais belas de toda a carreira do grupo. Representa os cinco integrantes e o publico ensandecido com suas presenças.

Jonathan Donais substituiu muito bem Rob Caggiano nas guitarras, o que trouxe uma cara mais melódica aos solos. Joey Belladonna faz uma linha de voz diferenciada dos vocalistas usuais de Trash Metal, utilizando um drive mais fino na voz, e em alguns momentos soando melódico até. Essa combinação trouxe um tempero diferenciado nesse álbum. Charlie Benante e Frank Bello se mostram uma bela dupla no coração das músicas. Scott Ian trouxe riffs incrivelmente fortes e impecavelmente harmoniosos aos seus companheiros.

A abertura fica por conta da “You Gotta Believe”, som que com certeza funciona muito bem para essa porta de entrada. No inicio tem uma levada de intro, e logo se transforma em uma paulada, cheia de riffs poderosos e um refrão interessante, com uma letra inteligente. “Moster at the End” é mais balançante, poso até dizer que tem um refrão comercial, vai funcionar muito bem ao vivo, é bem empolgante.

A faixa título “For All Kings” Joey inicia com a voz limpa, jogrado ao que parece um riff na guitarra limpa, seguido de um power riff dançando com a bateria, logo todos se combinam no mesmo riff, e o som se mostra bem agressivo e poderoso. Sinto a influência Athraxiana nesse, bem latente. “Breathing Lightning” começa com um dedilhado na guitarra limpa, com tom melódico, combinado com os pratos tilintantes, que dão espaço a um riff poderoso, harmonia que se mantêm até o refrão, que se mostra bastante dançante e intenso, um som cheio de elementos, a letra também é muito bem elaborada. O solo de guitarra quase lá no final, ficou bacana, e a finalização sim é uma surpresa, um dedilhado com a guitarra limpa, bastante calmo e cheio de emoção.

“Suzerain” – a paulada que estava esperando? Finalmente ela aparece. Já começa com a pobre guitarra sendo surrada em um riff matador, a voz está mais agressiva, um refrão marcado e destacado, cara Anthraxiana das boas. Em seu cadenciamento mostra lindos solos melodiosos, combinados aos power riffs característicos do trash.  Som que empolga pela raiva emplacada nele. “Evil Twin” continua na pegada brava e raivosa, com ainda mais peso.

“Blood Eagle Wings”, inicia com um riff puxado pro doom metal, som mais lento que os de contume, com certeza uma nova pegada no Anthrax. “Defend Avenge” é um som mais poderoso, apesar de ter um cadenciamento lento no inicio, o baixo aparece em evidencia em alguns momentos, o que deixou o poder ainda mais forte, além de belos riffs combinados nas guitarras. Achei um som muito empolgante e diferenciado.

“All of Them Thieves” já se inicia mostrando ao que veio. Som poderoso e raivoso também, uma linda combinação das guitarras com o baixo, os bumbos duplos estão evidenciados, trazendo todo esse peso. “This Battle Chose Us” se inicia com um baixo poderosíssimo, que faz a cama para as guitarras cheias de intolerância em riffs powers, som com cadenciamentos diferenciados, mas sem fugir da linha do álbum.

Para fechar o play “Zero Tolerance”, galgado em uma essência forte e um riff quase hard no incio. A voz raivosa se combina a velocidade característica do trash. Parece que essa foi feita para dizer: ei, a gente não esqueceu que é do trash, viu? Fechou com chave de ouro.

Acredito que esse álbum deve ser escutado com preconceitos, o Anthrax ainda manteve sua essência Trash, mas traz aqui uma qualidade nova em suas faixas. Muitos novos elementos, grandes riffs, poderosos solos, o baixo as vezes aparece em destaque, funcionando perfeitamente com o bumbo duplo, e a voz traz uma essência mais açucarada com tudo que há de bom. Um álbum de tirar o fôlego, com certeza quem ouvir irá se deliciar com sua qualidade e implacabilidade. Em se tratando de vivenciar diversas partes da história metaleira, esses caras trouxeram a tona a cara da tecnologia, combinado uma produção impecável e instrumentos muito bem posicionados.

Integrantes:

Joey Belladonna (Vocal)
Scott Ian (Guitarra)
Jonathan Donais (Guitarra)
Charlie Benante (Bateria)
Frank Bello (baixo)

Faixas:

1.You Gotta Believe
2. Monster At The End
3. For All Kings
4. Breathing Lightning
5. Suzerain
6. Evil Twin
7. Blood Eagle Wings
8. Defend/Avenge
9. All Of Them Thieves
10. This Battle Chose Us
11. Zero Tolerance

Paula Alecio

Share
Published by
Paula Alecio

Recent Posts

Within Temptation lança o esperado single “Wireless”

O mais recente single do Within Temptation, "Wireless", marca o Início de uma nova era…

1 ano ago

Slipknot pode fazer maratona de shows tocando todos seus discos na íntegra

O percussionista Shawn "Clown" Crahan falou sobre o futuro das turnês do Slipknot e revelou…

1 ano ago

Queens of the Stone Age lança videoclipe para “Emotion Sickness”

A lendária banda de rock alternativo, Queens of the Stone Age, acaba de anunciar seu…

1 ano ago

Baixista do Metallica, Robert Trujillo declara seu amor pelo álbum “Master Of Puppets”: “Tem tudo que eu amo”

Em uma entrevista à Rocket Beans TV, o renomado baixista Robert Trujillo revelou o seu…

1 ano ago

Avenged Sevenfold: Novo single, “We Love You”, chega com vídeo imersivo de 360°

A renomada banda Avenged Sevenfold surpreendeu os fãs ao lançar nesta sexta-feira (12) o seu…

1 ano ago

DOGSTAR, a banda de Keanu Reeves, retorna com seu primeiro show em mais de duas décadas no festival BottleRock

A banda de grunge dos anos 90 e início dos anos 2000, DOGSTAR, liderada por…

1 ano ago