Arkona, provando que a música é uma linguagem universal

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Em pleno século XXI, nos vemos diante de um cenário old em São Paulo. Não só com Arkona, um dos grandes nomes do famigerado Folk metal, mas com a presença de muitos outros mitos pisando por aqui nesse ano, dentre eles um dos precursores do movimento: Manegarm (Thorhammerfest 2015), o retorno do Tuatha de Danann, Arandu Arakuaa, entre outros.

Nitidamente um dos cenários que começa a tomar corpo e forma nas noites da cidade, e também em outras capitais, já que esse foi o primeiro show de quatro da turnê brasileira do Arkona. (17/10 – São Paulo; 18/10 Curitiba; 19/10 Porto Alegre e 21/10 Rio de Janeiro).

Breve considerações sobre as feras: A banda é liderada por Masha, que a fundou em 2002, com o intuito claro de criar musicas voltadas ao folclore eslavo. O próprio nome escolhido referencia esse ideal, Arkona era ultima cidade castelo eslava, que fora destruída em 1168. Integrantes: Masha  “Scream” Archipova – vocal; Sergey “Lasar” – guitarra; Ruslan “Kniaz” – baixo; Vladimir Cherepovsky – gaita de fole, lira, flauta e ocarina; Ischenko Audrey – bateria.

São os russos mostrando, mais uma vez ao Brasil, pois essa já é a terceira vez que aportam por aqui, que a música é mesmo uma linguagem universal e atemporal.

Na Clash club, no último 17 de outubro, os fãs aguardam para adentrarem na casa. Os portões abrem as 18, como prometido. Mas a banda chega as 19:30,  ainda com as malas da viagem. Parece que houve um atraso no vôo. Logo em seguida vemos uma movimentação no palco pra arrumar os instrumentos. E as 20:00, horário que estava previsto pra começar o show,  é quando começam a passagem de som. Mas a galera aguarda de boa o início.

Tem um estranho espaço entre o palco e o público, não se sabe o que vai rolar, e logo vemos a galera da luta de espadas se movimentando para entreter os pagãos ali presentes. A apresentação dura em torno de 10 minutos, a galera curte bastante. Logo depois os organizadores retiram as grades que sustentavam o público longe do palco, e “abrem a porteira” para a turma ficar no gargalo.

As 20:45 a banda está no palco. Ao som de uma intro, um por um entra e se posiciona de costas ao público, por último temos Masha, que com um urro dá início ao show! Nos primeiros segundos, já se pode ter uma farta ideia do que está por vir.

E eles entoam três sons, homônimos aos seus álbuns: “Yav” (Yav – 2014), “Ot Serdtsa K Nebu” (Ot Serdtsa K Nebu – 2007) e “Goi, Rode, Goi!” (Goi, Rode, Goi! – 2009). No palco muita vibração, no público, loucura e curtição, e os famosos circle pits já rolando.
Se meu pai tivesse ali, diria que Masha é filha do capeta! Hauhahaaaa. Que vocal impecável e impressionante o dessa moça. São todos muito teatrais, vestidos á caráter, interagem entre si e com o publico,  a todo momento pedindo a participação da galera, com palmas, mãos pra cima, pulos.

Antes do terceiro som, Masha grita: “Hello São Paulo, somos o Arkona da Rússia”. Ela alterna entre seu vocal limpo e impecável, e seus guturais fortes e extremos, nesses a galera monta os circle pits em baixo do palco, pois os mesmos coincidem sempre com a parte pesada das músicas.

Ela põe o microfone pra galera cantar, em “Serbia”, que  tem um solo de flauta com guitarra lindo. Muitos cabelos ao ar. Ao final : “Obrigado”.


Seguem com “Zalkliatie”, “Na Strazhe Novikh Let” e “Slav´sja Rus’!”. Masha sempre inicia os sons dizendo quais são e pedindo a interação do público, e finaliza com um “Obrigado My Friends” entoado com uma voz rasgada e raivosa, e dois socos no ombro esquerdo com o microfone.

Tocam mais três e efetuam a famosa saidinha do palco, as 21:45, já há uma hora de show. Mas deixam um som rolando sem parar, o palco está escuro, deixando um suspense no ar. Nem dois minutos depois, Masha retorna de toca, a galera vibra, e vem o encore com mais quatro sons, os mais clássicos da banda, pra deixar todos com gostinho de quero mais.

O clash club vira de cabeça pra baixo, a turma curte muito, canta em russo junto com a banda. Bem legal.

Andrey ergue uma câmera pra tirar uma foto de todos lá da batera, o publico percebe e coloca as mãos para cima pra aparecer.

E esse baita show é finalizado com Masha dizendo: “Obrigado!  Muito obrigado, e o último som dessa noite”, terminando com a animada “Yarilo”, as 22:10. E então rola toda aquela finalização clássica: agradecimentos, entrega de palhetas, set lists, baquetas, cumprimento aos fãs ali do gargalo, foto do show.

No geral, um show equilibrado, um set list balanceado. Muita vibração no palco, os músicos interagem muito com seus fãs, pulam muito no palco, bangueam, movimentam suas madeixas, energia folk russa. E o público respondeu muito bem as interações, com palmas quando solicitadas, mãos ao alto, pulos. Foi um show excelente! Obrigada Arkona e produção.

 

Set List:

  1. Yav
  2. Ot Serdtsa k Nebu
  3. Goi, Rode, Goi!
  4. Serbia
  5. Zakliatie
  6. Na Strazhe Novikh Let
  7. Slav’sja, Rus’!
  8. Liki Bessmertnykh Bogov
  9. Katitsja Kolo
  10. Slovo

Encore:

  1. Pamiat
  2. Maslenitsa
  3. Stenka na Stenku
  4. Yarilo

 

Agradecemos ao Marcos Baptista  – Darkdimensions Produtora, pelo credenciamento. Fotos: Nicollas Eischstaedt Loos.

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