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Confira como foi o primeiro dia do Porão do Rock

Porão do Rock  é um festival tradicional de Brasília. Sendo que São Paulo Rio de Janeiro os principais polos de shows do nosso país, o evento proporciona aos moradores da região centro-oeste uma oportunidade de curtir bandas que talvez não iriam até a cidade. Fora isso, é o maior festival independente do país, nos apresentando diversas bandas de altíssimo nível, isso tudo desde 1998.

Na edição de 2014, o festival foi realizado no estacionamento do Estádio Nacional, e dividido em três palcos: Budweiser, com as bandas mais pesadas do evento; Uniceub e Chillibeans, com o restante. Duas atrações gringas se apresentaram no festival, sendo elas Cavalera Conspiracy e o Cj Ramone.

Bandas conhecidas do rock nacional também se apresentaram e fizeram excelentes shows, como TitãsRaimundosBrothers of BrazilJota Quest, entre outros. Além disso, as bandas independentes também tiveram seu espaço e surpreenderam muita gente.

Uma coisa bem interessante do festival foi a ”brasilidade” presente. Nosso país foi citado de todas as maneiras possíveis, mostrando não apenas os lados ruins, mas sim a diversidade que nosso país continental possui.

É impossível falar de todas as bandas que tocaram no festival, visto que era banda pra caralho, então falarei das que mais chamaram a minha atenção.

No primeiro dia do evento, sábado, a primeira banda a se apresentar foi a Arandu Arakuaa. Quando estava chegando ao local do evento, já conseguia ouvir a banda, e quando a vi no palco, fiquei em choque. Uns caras vestidos de índio, de caçador, e uma mulher no vocal. Você não espera que a banda vai fazer o que faz.

Com letras em tupi, a banda mescla o rock pesado com a música indígena, dando um resultado bem diferente e marcante. Destaque do show foi a música ”Gûyrá”, que distingue legal o estilo da banda.

A segunda banda que eu assisti foi a Casacasta, banda de Sobradinho, DF. Que som! Não sabia da existência dessa banda antes do festival, e tenho certeza que ganharam vários novos fãs com seu show. Atitude, críticas, vocal e instrumental de altíssima qualidade. O som me lembrou uma mistura da banda californiana Red Hot Chili Peppers, com O Rappa. Para quem aprecia um bom rock, não tão pesado, mas firme, consistente, ta aí uma ótima indicação.

Depois de um excelente show, veio uma banda que eu estava contado os dias para ver no Porão, e sou até suspeito para falar sobre. A banda de BrasíliaScalene, que faz sucesso no Brasil inteiro, fez um puta show, e diferente dos shows anteriores que já havia visto. Com vocais de alto nível, a banda vem se destacando no cenário, e faz por merecer. A interação com o público é algo que eu destaco, fazem isso com confiança de banda grande, como se tivessem mais de dez anos de estrada.

Após o show, consegui trocar uma palavra com o baixista Lukão, que me explicou o porquê de uma pequena mudança no set, e falou sobre como foi tocar no evento.

Tocar no Porão do Rock era um sonho. A gente frequenta o festival desde moleques, e poder tá no palco foi muito bom. Acho que tem uns 50 shows que a gente toca praticamente a mesma playslist, e estávamos querendo mudar. Escolhemos músicas mais porradonas, para poder agradar ao público e chamar a atenção. Damos ênfase ao nosso segundo disco porque é a fase que a banda está vivendo, e inclusive se preparando para a próxima”.

Entrando as bandas mais ”famosas”, o Brothers of Brazil surpreendeu bastante. Com uma puta roupa escrota, Supla deu um show com sua experiência e seu carisma, enquanto seu irmão João, encantou com sua qualidade musical. Com críticas de um jeito despojado, a banda possui uma versatilidade incrível, passando do samba rock, até o punk. Tocaram um cover de “Imagine”, do Jhon Lennon, em uma diferente versão punk rock, onde todo o público cantou em coro. Mais uma vez, provaram que o festival tinha ênfase na nossa cultura. A parte que mais levantou a galera no show foi quando tocaram a eterna ”Garota de Berlim”. Em um momento do show, Supla disse aos berros: “O som não é muito bom não, mas é honesto pra caralho e essa vibe tá foda!”. Souberam dar ao público o que eles queriam.

Nessa altura do festival, eu fiquei com um forte dilema. Dois grandes shows ao mesmo tempo, então em qual ir? Ratos de Porão ou Jota Quest? Nos dois! Os mineiros do Jota Quest deram um verdadeiro espetáculo, com um show super animado, tocando seus diversos hits, e músicas do novo álbum. A experiência da banda era altamente visível no palco, e a interação com o público, essa sim era de banda grande. Com direito a um cover de “Ainda é Cedo”, a banda mostrou para que veio.

Do outro lado do evento, o Ratos do Porão estavam fazendo um verdadeiro inferno! Rodas monstruosas, porradaria sem fim. João Gordo, irreverente como sempre, comandou um grande show para os fãs da banda.

Enquanto o Jota Quest chamou a atenção com os metais e os backing vocals, dando um toque diferente ao show e ao festival em si, a Nação Zumbi fez um bom show com sua percussão. Montaram seu palco da metade pra frente, ficando bem próxima ao público. Os fãs da banda eram os mais apaixonados da noite, a cada música, tinha um doido diferente na minha frente dançando e se deixando levar pelo forte ritmo.

O festival ainda teve nesse dia shows de André Matos e  Pitty!

Foi assim que encerrei meu primeiro dia do Porão do Rock. Música boa para todos os gostos. Nossa cultura, nosso país foi o foco. Temos música boa, e isso foi provado.

 

Autor/editor: Eduardo Rodrigues
Editor Chefe: Will Batera
Fotos: Produção Porão do Rock

Eduardo Rodrigues

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