O CPM 22 lançou neste ano o primeiro trabalho desplugado em quase 20 anos de carreira, “Acústico” (Universal, R$ 21,90 CD e R$ 29,90 DVD). O projeto fez com que a banda de Barueri (SP), deixasse de lado a pegada hardcore e os instrumentos elétricos para dar espaço a violões, baixolão (baixo acústico), piano, órgão Hammond e um contrabaixo em algumas músicas, ao melhor estilo ska e rockabilly, além da bateria mais dosada.
O CPM 22 é um quarteto desde 2008, quando saiu o guitarrista Wally. A formação atual conta com Fernando Badauí (vocal), Luciano Garcia (guitarra), Heitor Gomes (baixo) e Ricardo Japinha (bateria). Mas o grupo abriu mão temporariamente do formato ao contar com Phil Fargnoli nos violões junto de Luciano Garcia, além das participações esporádicas de Daniel Ganjaman no piano e órgão Hammond, e do trio de sopros Fernando Bastos (saxofone), Paulo Viveiro (trompete) e Tiquinho (trombone). Dinho Ouro Preto, do Capital Inicial, foi convidado, para dividir os vocais em “Um minuto para o fim do mundo”.
O disco tem 22 faixas, quatro inéditas e as restantes releituras de canções presentes nos álbuns anteriores do grupo. “Esse tipo de projeto dá o mesmo trabalho de um CD de inéditas. Parece simples, mas não é, principalmente para as vozes. Mas é uma fase legal. Você se empolga com o resultado”, afirmou o vocalista Fernando Badauí, em entrevista por telefone ao CORREIO de Uberlândia. Segundo o cantor, foram necessários sete meses de ensaio. “A gente se reunia para ensaiar três vezes por semana, cinco horas por dia.”
Músicas novas
Duas entre as quatro músicas inéditas foram feitas por Badauí, em parceria com Ricardo Galano: “Tony Galano” e “Perdas”. “‘Tony Galano‘ estava pronta, foi feita na época do álbum, ‘Depois de um longo inverno’. Mas não tinha nada a ver, porque já era acústica. E sempre tem o momento de cada música. A base de ‘Perdas’ já havia sido mostrada à banda há um tempo e achei muito boa, queria fazer a letra. Só de ouvir a base, ela já mexia comigo. A letra veio rapidamente e ela virou o primeiro single do ‘Acústico’.”
As outras duas canções foram feitas pelo guitarrista Luciano Garcia: “Por nós 3” e “Pra sempre…”. “Fiz ‘Por nós 3’ por causa do nascimento do meu filho, no ano passado. Falo das mudanças em nossas vidas. Tudo se tornou mais difícil, mas ficou mais legal. Já a ‘Pra sempre…’ foi inspirada em minha irmã, que faleceu no ano passado. Foi um ano de coisas boas e ruins em termos de família. Fazemos a melodia e depois a letra, e a música tinha uma grande influência de Dropkick Murphys”, disse Luciano Garcia, também por telefone ao CORREIO. “Não queríamos que ‘Pra sempre…’ soasse tão triste, mas sim nostálgica”, afirmou Badauí.
Convidado
Dinho Ouro Preto é um dos convidados que se apresentam no show que deu origem ao CD e DVD. Segundo Luciano Garcia, o nome de Dinho foi “a única unanimidade entre os integrantes”. “Não queríamos um milhão de convidados, então optamos apenas por ele mesmo, por ser amigo da banda e ter a mesma origem que nós, que é o punk rock.”
O guitarrista destaca a dedicação de Dinho Ouro Preto. “Ele fez com tanta vontade que ele esteve em cinco ensaios. Achamos que ele ficaria apenas meia hora em um ensaio, mas ele apareceu em cinco. Foi muito ‘CDF’, esteve nas passagens de som. Depois que o vimos nos ensaios e nas passagens, tivemos certeza de que fizemos a escolha certa, além de ser uma honra.”
Novos projetos
“Acústico” é o atual projeto principal do CPM 22. O grupo prepara uma turnê para divulgar o trabalho. No entanto, a banda não se foca apenas nos violões. O filme “Jogos Vorazes: Em Chamas” que estreou no Brasil em 15 de novembro, tem, na trilha sonora do Brasil, a canção “13”, novo single do CPM 22, presente nos créditos da película.