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Entrevista exclusiva com o produtor Raphael Mancini do estúdio Lab Mancini

Geralmente temos costumes de entrevistar artistas e bandas, mas dessa vez vamos fazer algo diferente, vamos conversar com a pessoa que muitas vezes é que produz aquele som da banda que você tanto gosta, que mixa, que faz os “paranaue’ todo acontecer… Segue abaixo entrevista que fizemos com Raphael Mancini do estúdio Lab Mancini, que nos conta um pouco sobre a sua história, algumas curiosidades e dicas:

Nos fale um pouco quem é Raphael Mancini?

Sou mineiro de Belo Horizonte, moro em SP a 11 anos e sou um apaixonado pela boa música. Tenho o hábito de compor e gravar músicas próprias desde os 14 anos e hoje em dia trabalho gravando/mixando bandas independentes no meu estúdio (Lab Mancini) e fazendo trilhas sonoras e soundesign para longas, curtas e peças publicitárias.

A quanto tempo existe o estúdio e quais bandas você já trabalhou?

Montei o estúdio a princípio apenas para gravar apenas minhas composições. Há 8 meses resolvi abrir as portas para outras bandas e nesse período já trabalhei com as bandas 5PRAStANtAS, Stereobago, Iza Molinari, Sih, Moldar, Marrapaz, Leonin, Particelli, Keeptor, Klatu, Mal Passado, Dann Grey, Tiago Gamke, Olivia, Alkaisers, Tay Goulart, Horizonte sem cor. Sempre existe um porém, entre outros.

Além de produzir música, você também se arrisca na música? Canta, toca? Como é o ProjetoD?

Como compositor não gosto de me prender a um estilo só, por isso tenho vários projetos para as diferentes facetas. Tenho o Felter (rock), o Sempre existe um porém (rock um pouco mais pesado), compus a alguns anos atrás umas músicas para a Jey de Belo Horizonte (são músicas um pouco mais pop) e tenho o ProjetoD. 

O que é o ProjetoD?

ProjetoD é uma onda mais acústica. No início de 2015 reformei meu estúdio e gravei um EP por aqui, tocando todos os instrumentos, com o intuito de testar o som do estúdio pós-reforma. Eu gosto muito dessas músicas! O resultado vocês podem conferir em projetod.bandcamp.com

Você também trabalha criando trilhas sonoras para curtas, longas e peças publicitárias. Nos conte um pouco mais sobre esse trabalho?

Tenho uma produtora com mais 2 amigos chamada “Sala do Som” (www.saladosom.com.br), onde trabalhamos com toda essa parte publicitária: spots, jingles, trilhas, soundesign, locuções e tudo mais. Recentemente fizemos a mixagem de uma das temporadas do programa “Tempero de Família” da GNT. Gosto muito de fazer esse tipo de trabalho, mas confesso que gravar e produzir artistas independentes me da mais prazer. As vezes são anos na composição e escolha das músicas pra gravar um disco, significa muito pro artista e respeito muito isso.

Nos conte mais como é o dia a dia com as bandas no processo de gravação. Já teve algum problema com alguma delas?

Cada banda tem sua peculiaridade e eu como produtor preciso sacar isso e saber lidar com cada uma delas. Pra mim um trabalho que vai bem do início ao fim é aquele que a banda já sabe o que quer e já chegam com as músicas pré arranjadas, dessa forma tudo flui muito melhor. Então acontece de tudo por aqui. Vocalista extremamente exigente (que as vezes o take está ótimo e pra ele está ruim e temos que regravar mais umas 15 vezes), músico “mão de alface” (que não sai som do instrumento de jeito nenhum) até bandas que ficam “rodando lâmpada” no sentido de ter alteração infinita de mixagem (pois cada integrante da banda acha uma coisa e não entram em consenso) e ficam mexendo demais na mixagem ao ponto de atrapalhar o que já estava soando bem. Mas no geral eu sei lidar bem com isso, obviamente tem um limite que quando atinge, eu deixo a banda fazer o que quiser pra eles ficarem satisfeitos, mesmo que na minha cabeça deveria ser feito de outra forma (e isso também serve para os trabalhos de publicidade). A minha sorte é que com bandas isso é mais difícil de acontecer.

Você é conhecido com o “cara das causas impossíveis”, que conserta algo que parece estar perdido, como é isso?

Haha algumas vezes chegam gravações bem complicadas de mixar e preciso me virar nos 30. Já tive que remixar um disco inteiro pois a banda não tinha gostado da mixagem que tinham feito, já regravei instrumento pois do jeito que veio estava sem condições de usar, já coloquei backing com minha voz mesmo pra dar uma incrementada, quando acho que tem algo muito fora (alguma nota chocando na harmonia etc) acabou alterando e mostrando pra banda pra ver se elas gostam, enfim, faço tudo que puder pra deixar o resultado o melhor possível. Geralmente isso acontece quando gravam em home studio sem o conhecimento necessário e preciso me virar pra fazer soar bem.

Que história é essa de desafio do Mario Kart?

O super nintendo fez parte da minha infãncia e eu não podia deixá-lo de fora aqui no estúdio. Quem me vencer no mario kart recebe desconto por aqui! O pessoal gosta bastante de jogar, valendo a promoção ou não, só pra deixar a coisa toda mais informal. Quem vier aqui pode ir treinando pois até hoje nunca perdi por aqui!

Qual o diferencial do seu estúdio para outros estúdios existentes em Sampa?

Primeiramente a ajuda que costumo dar nas produções das músicas. Muita gente me procura por isso, pois querem que eu ajude com arranjos, melodias e tudo mais. Acho que me dedico bastante aos trabalhos, o preço é muito justo, os equipamentos são ótimos e a qualidade final fica muito boa. Pra atender toda a demanda, trabalho todos os dias (mais até aos finais de semana por causa da agenda das bandas), dessa forma consigo ser ágil na entrega e acabo não atrasando nenhum trabalho. Apesar de parecer, o ritmo não é frenético. Costumo sempre deixar trabalhos adiantados pra conseguir minhas folgas e curtir a família.

Para as bandas que estão começando agora, quais as dicas mais valiosas você pode nos passar?

Não sou o dono da verdade, mas vou dar 2 dicas que acredito fielmente:

1 – Tenham banda porque amam a sua música e nada mais. Já cansei de ver bandas acabando pois dentro de 1 ano não tiveram resultado e desencanaram, não é assim que funciona. Pra banda ir longe tem que trabalhar muito, leva anos pra criar uma base de fãs e começar a ter resultado. Vai ter muito show furada, ganhar dinheiro tocando música própria então, vish…. só vai rolar depois de muito tempo e com uma base grande de fãs. Só amando muito a música pra fazer a coisa fluir.

2 – A próxima dica tenho certeza que existem pessoas que não concordam, mas é a minha opinião. Se quiserem tentar dar um passo maior aqui no Brasil, cantem em português. Juntando essas 2 fórmulas (cantar em português + base grande de fãs), tenho certeza que pessoas de fora (produtores de evento, casas de shows, eventualmente até investidores etc) vão crescer o olho no seu trabalho pois pra eles também vale a pena. Cantando em inglês temos alguns problemas como a dificuldade de entender o que você está falando na letra (sim, tem muita gente que se identifica com sua música pela letra que você canta), até pronúncia ruim do vocalista (é o que mais vejo acontecer). Existem ótimas bandas brasileiras que adoro, cantam em inglês e respeito muito como o Garage Fuzz, Reffer etc. Também venho gravando bandas que cantam em inglês, mas ainda acho que as portas se abrem mais quando cantado em português.

Qual a melhor forma para ficar por dentro de suas produções?

A melhor forma é se cadastrar na newsletter do meu site www.raphaelmancini.com. Por lá vou sempre dar notícias sobre lançamentos dos artistas que produzi, descontos em gravação, dicas de áudio pra quem gosta, cursos, workshops de gravação e mixagem e eventualmente vou pedir para me enviarem algumas músicas demo, a que mais me chamar atenção gravo um single de graça! Devo fazer isso esporadicamente.

Como as bandas podem entrar em contato com voce?

Através do email labmancini@gmail.com. Por lá vocês podem solicitar orçamentos ou me perguntar qualquer coisa só pra jogar conversa fora mesmo. ou através do Facebook clicando aqui. 

Queremos a agradecer ao Raphael pela atenção e a disponibilidade para nos atender e poder conversar um pouco com a gente. E Viva o Rock!

 

Zeca

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