Quando assisti ao filme “Somos tão jovens“, fiquei bastante satisfeito. Em primeiro lugar, porque o diretor se preocupou em apresentar um Renato Russo parecido com o original, em um ambiente similar, todavia com uma abordagem moderna. A estrutura do filme não se preocupou apenas em apresentar a história do músico aos fãs de carteirinha, ela visou também as novas gerações que provavelmente mal conhecem suas músicas, aspirações, sonhos e lutas.
Renato deu a sorte de nascer em uma família estável financeiramente em plena ditadura. Muitos dos que leem este site, inclusive, não fazem a mínima ideia do que foi a ditadura, do que era essa repressão e de como as músicas eram censuradas deliberadamente.
A sensação que nos resta é que Renato foi o clássico “rebelde sem causa“. Não digo no teor ruim da coisa, mas como uma criança que de fato não precisava se revoltar e, ao mesmo tempo, amava o seu país e tentava de todas as maneiras encontrar o seu lugar.
Como muitos adolescentes, Renato também se perdeu, se desencontrou e desencantou. Os sentimentos amargos de ter que lidar consigo mesmo e a maneira qual encontrou como válvula de escape, no caso a música, fazem da história de um garoto como qualquer outro, algo único e inspirador dentro de suas limitações.
No final das contas, a experiência com o filme é bastante positiva. Sentir como o rock nasceu para aquela geração, vivenciar suas dificuldades e ao mesmo tempo se emocionar com as trapalhadas sentimentais e egoísmos de um jovem ídolo que encantou tantas gerações é uma experiência e tanto.
“Somos tão jovens” é um filme para todos. Desde aqueles que gostam até os que não gostam do Renato Russo ou do Legião Urbana. Portanto se você está na dúvida, não fique mais. Compre o ingresso e descubra por si só (não somente a história), mas também, a qualidade do cinema brasileiro que tem evoluído muito nestes últimos tempos.