Após uma primeira noite de peso, bem representada e magistral com o encerramento do Slipknot, o domingo no Anhembi foi uma volta aos anos 80 com um Hard Rock que se mantém vivo e cheio de gás. O Rock de verdade estava lá mais uma vez e te contamos um pouco do que foi a segunda noite.
O dia começou com uma banda brasileira chamada Eletric Age, que tocou para alguns poucos que já estavam ali, a banda passou meio despercebida mas não foi por isso que não mostrou qualidade. Doctor Pheabes,que tem o nome que faz relação com os filmes clássicos do cinema, fez uma apresentação fraca, meio abaixo do nível.
Considerada a lenda viva, o trio Dr. Sin recebeu os fãs que chegavam ao festival, já em um número relativamente grande, a banda que não é nada de estreante, já haviam se apresentado na edição de 1994, fez um show empolgante com algumas musicas conhecidas da parte que ali chegava, para quem não sabe a banda é dona daquela clássica música “Futebol, Mulher e Rock and Roll” quem ai conhece?
Bandas como Dokken, que fez sucesso nos anos 80, relembrou clássicos que talvez estavam esquecidos. Queensryche, que fez muito barulho no Anhembi e Buckcherry com um vocal cheio de atitude e pronto pra mostrar serviço, deram conta do recado e até surpreenderam, eram bandas que em si também tinham fãs na plateia.
Ratt, em formação quase clássica embalou o publico com muitos solos belos de guitarra e antecedeu o show do Whitesnake. Basicamente, as bandas fizeram apresentações empolgadas, porém, alguns fãs estavam nitidamente esperando as duas grandes atrações da noite.
Eram pouco mais de 21 horas da noite quando o Whitesnake entrou no palco. Com o performático vocalista David Coverdale incendiando uma plateia sedenta e ansiosa pelas duas principais atrações da noite.
Uma viagem cheia de estilo desde grandes sucessos como “Is this Love”, “Give me all your Love”, “Love ain’t no stranger” e “Fool for your loving” até dobradinhas de Deep Purple (Coverdale é Ex-integrante) de uma magnífica “Soldier of Fortune” a capela e “Burn” que encerraram a noite da banda, apesar de relatos de desgaste na voz de Coverdale, vamos combinar que o cara com toda essa idade e carreira nas costas ainda canta muito melhor que muita gente que faz sucesso por aí.
Uma grande atração foi o solo do baterista Tommy Aldridge que no meio do solo joga as baquetas para a plateia e para o delírio dos fãs CONTINUA O SOLO COM AS MÃOS! Numa tradicional apresentação já marcada por ele, outro destaque foi o solo interminável (nem por isso chato) dos dois guitarristas Doug Aldrich e Reb Beach que encararam um duelo em pleno palco para o delírio dos fãs de solos de guitarra.
Por fim a banda se despediu com a sensação de ter feito o público encarar um espetáculo, e abriu alas para o grande show da noite.
O Aerosmith entrou no palco para ser ovacionado pelos mais de 30 mil que ali estavam, a banda liderada pelo emblemático Steven Tyler ao lado de Joe Perry fez um show memorável.
O Aerosmith há 43 anos é uma máquina de emplacar sucessos e se jogou nos braços do público que já é tão intimo de várias passagens da banda pelo Brasil, não deixou de lado os sucessos como “Walk this way”, “Sweet Emotion”, “Janie’s Got a Gun”, “Cryin” e a cantada em coro e emocionante “I Don’t Wanna Miss a Thing” que arrepiou a qualquer um.
O que impressiona no Aerosmith é sua presença de palco, com Steven Tyler cheio de caras e bocas (bocas mesmo), ia de um lado para o outro com o vigor de um garoto, sua interação com a plateia e etc. marcas de que a banda merece o status que tem e os anos de carreira.
Há ainda a capacidade de deixar uma marca única em covers de “Whole Lotta Love” do Led Zeppelin e a propriedade de fazer o cover de “Come Together “ dos Beatles. Ao se despedir antes de voltar para o Bis, fazendo isso virar moda desde Bono, Bon Jovi e entre outros, Steven Tyler tascou um beijo numa fã que subiu ao palco, fazendo assim um dia mais histórico para alguém (hehehe).
Diferente da primeira noite em que o metal dominou, a segunda noite se tornou um lugar paras os “novos velhos” e “velhos novos”. As duas maiores bandas da noite fizeram o que deviam, marcaram a vida de quem esteve lá, levando várias gerações de fãs ao delírio, e mostrando que tudo ainda continua vivo, o rock, os anos 80 e a paixão pela música.
O Monsters of Rock se despediu em grande estilo, fazendo com que a volta do festival ao Brasil se tornasse um recado de “Voltei para ficar!” junto com outros grandes festivais, esse será mais uma rota de bandas de renome para o Brasil, a produção acertou em cheio nas bandas e deve ter a sensação de dever cumprido, resta saber quando teremos uma próxima edição que com certeza virá para ser melhor que o desse ano e por aí vai… o Brasil carecia de festivais assim, e volta a se tornar passagem obrigatória, enfim, estamos voltando a viver um tempo de Rock and Roll!
Fotos: Stephan Solon / XYZ Live
Editor chefe: Will Batera
Editor: Carlos Kaleo