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Hibria: Fearless Will, o retorno sem medos

Junto da belíssima nova identidade visual, cortesia do vocalista Victor Emeka, a maior novidade que o Hibria traz nessa reformulação é a bem vinda e renovada linguagem musical. A faixa liberada na forma de lyric video apresenta uma pegada que puxa mais para o prog metal e o metal melódico, dando maior fluidez e distanciando o grupo daquela sonoridade cujas bases traziam influências do heavy metal tradicional. O que muda também é o resultado final de produção. Dessa vez ela parece deixar a canção respirar um pouco ao invés de ser aquela constante pressão sonora.

Soma-se a isso a diferença mais perceptível, que é a troca de vocalista. Agora com Emeka a banda tem à frente um cantor de predicados diferentes do excelente Iuri Samson. Dono de uma voz menos ríspida e de ataques mais encaixados, Emeka apresenta grande personalidade vocal e técnica condizente com o exigido pelo padrão de qualidade estabelecido pela história que o Hibria construiu. Na voz de Emeka o grupo traz um dos melhores e mais grudentos refrãos que a banda já gravou. Contudo, talvez por questão de memória afetiva, há momentos em que parece faltar um pouco de pegada na interpretação de algumas partes do verso.

Na parte instrumental Abel Camargo (Guitarra), Bruno Godinho (Guitarra), Alexandre Panta (Baixo) e Otávio Quiroga (Bateria) formam um time de qualidade técnica nivelada onde cada um encontra o seu momento de destaque na música. Enquanto o jovem Quiroga segura muito bem a condução da música, Panta se reveza entre a base sólida e a execução de excelentes arranjos em momentos oportunos, honrando a tradição do Hibria de sempre ter ótimos baixistas.

Um ponto que merece destaque é o excelente, fora do padrão e gostoso de ouvir solo de guitarra que aparece na metade da música. A passagem traz uma sagaz influência de chorinho e surpreende pela sua musicalidade, o que acaba chamando muito mais atenção do que a técnica empregada na sua execução.

Com esse single o Hibria da algumas pistas de como está o entrosamento do grupo e o que eles estão armando para garantir a continuidade dessa banda de respaldo internacional que já lançou seis discos de estúdio. Se as próximas músicas seguirem a mesma lógica de Fearless Will, o futuro sétimo disco de inéditas representará uma positiva evolução sonora para o grupo. Resta saber como os fãs reagirão e o que a banda fará a partir da reação deles.

Nina Grave

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