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Overload Music Fest faz história em São Paulo

No último final de semana (05 e 06 de Setembro), aconteceu em São Paulo o Overload Music Fest, trazendo grandes nomes do cenário musical mundial e atrações que até então nunca tinham se apresentado no Brasil. O festival estava dividido em dois dias de apresentação, no sábado (05/09) o set contava com as apresentações das seguintes bandas: Novembers Doom, em formato acústico; o violonista Andy McKee; o grupo Riverside; seguido do The Reign Of Kindo; e como headliner, o grupo Anathema. Para domingo (06/09), os trabalhos ficaram por conta das seguintes artistas: A dupla do grupo Antimatter, em show acústico; o grupo japonês Mono; o Novembers Doom novamente, mas com todo o peso típico; e o grupo Paradise Lost para fechar o festival com chave de ouro.

O Rock de Verdade esteve presente em ambos os dias e aproveito para abrir um espaço para expressar minha humilde opinião: QUE FESTIVAL PERFEITO!

A casa escolhida para o evento foi o Via Marquês, ambiente já conhecido por sediar grandes apresentações e com uma estrutura de respeito. De fato, isso fez toda a diferença, pois a organização do festival também promoveu momentos de Meet & Greet gratuitos para os fãs, com alguns artistas que se apresentariam no dia, uma ideia sensacional e que tornou o clima do evento diferente dos demais festivais onde os intervalos entre uma banda e outra se resumem a esperas chatas e sem nada para se fazer, lá você poderia cumprimentar os membros das bandas, conseguir o tão sonhado autógrafo e ainda tirar uma foto. Tudo isso dentro da mais completa organização e ordem! Confesso que banquei o fã e consegui apertar a mão dos artistas e todos se sentiam extremamente felizes de estarem ali e estasiados pelo clima de animação e ansiedade que tomava conta do lugar.

Os artistas foram escolhidos a dedo e apresentavam estilos bem variados, o que atraiu um público bem diverso e serviu para tornar o ambiente mais agradável, sem ter apenas fãs de um determinado estilo, além de mostrar que a diversidade faz bem para todo mundo. No sábado, o primeiro grupo a subir ao palco foram os americanos do Novembers Doom, banda de Chicago com uma carreira consolidada por lá, mas que nunca havia se apresentado por aqui. Sua primeira apresentação em formato acústico surpreendeu a todos, com uma roupagem mais leve e uma apresentação simpática, o grupo conquistou a todos, fazendo com que todos aguardassem pela apresentação elétrica e todo o peso típico de suas músicas.

O artista a seguir foi o famoso violonista Andy McKee, famoso por suas performances solos no violão, Andy esbanjou técnica e habilidade, tocando músicas cover de bandas como Toto e Tears For Fears, além de músicas de seu vasto trabalho solo. Vale destacar sua harpguitar, metade violão e metade baixo, foi a primeira vez que McKee trouxe o famoso instrumento para uma apresentação no Brasil, deixando todos de boca aberta pelo som e pela maneira como o instrumento era conduzido.

A banda seguir foram os poloneses do Riverside, com seu som progressivo e com doses cavalares de teclados que deixam as músicas com um ambiente “dark”, o grupo que foi um dos escolhidos para participar do Meet & Greet, literalmente detonou tudo com seu som único e fez a cabeça da galera que aguardava ansiosamente pela apresentação do Anathema. Para dar uma quebrada, os caras do The Reign Of Kindo vieram para preparar o público para a apresentação final que viria a seguir. Com um som bem diferente das demais apresentações, mesclando pitadas de jazz com o típico indie moderno em músicas bem elaboradas, o resultado foi que o grupo acabou roubando a cena da noite e agitando todos os presentes.

E para fechar o sábado, o tão aguardado Anathema fez uma apresentação matadora, recheada de clássicos, explodindo a casa com coros e lágrimas. Seu som tipicamente cunhado como Doom Metal e sua carreira consolidada, foram a receita mágica para mais do que satisfazer os fãs que se dividiam entre os que mal podiam esperar pelo dia seguinte e aqueles que se arrependiam por não terem comprado ingressos para os dois sias.

O domingo anunciava que seria tão espetacular quanto o dia anterior quando os membros do Antimatter adentraram ao palco para uma apresentação matadoramente melancólica e cheia de emoção. De fato, a ideia de fazer apresentações acústicas tornaram o espetáculo ainda melhor, pois mesmo os que não conhecem os grupos ou que não curtem tanto, são atraídos pelo clima e pelo ambiente mais “denso” criado pelo violão e por solos poderosos. Vale lembrar que a dupla fez parte do Meet & Greet do domingo, que os caras são super simpáticos e que atenderam até o último fã com o maior sorriso no rosto possível!

Diretamente do Japão, o Mono estava estreando em terras brasileiras e pela ansiedade dos fãs, que compareceram em peso, o show seria tão intenso quanto  seus discos. Com um som insanamente alto e tocado com maestria, o grupo demonstrava uma interação surpreendente, trabalhando com os efeitos e com a microfonia, o público pode apreciar o melhor do post-rock instrumental. Uma apresentação para deixar até mesmo os não-fãs de queixo caído com a potência e com a energia que os membros passaram.

Novamente nos palcos, o Novembers Doom agora vinha para quebrar tudo em uma apresentação digna de um festival europeu, com força e qualidade, foi questão de tempo para todo a casa estar batendo cabeça e curtindo cada música com a banda. O grupo também foi responsável por aquecer os motores para a tão aguardada apresentação do Paradise Lost, que já se preparava nos bastidores. Caminhando entre o gótico e o Doom, cada música aumentava ainda mais a aparente vontade de que o show não tivesse fim, tanto por parte do público, como por parte dos membros da banda.

Quando as cortinas se abriram e Nick Holmes e sua trupe do Paradise Lost adentraram o palco, foi dada a largada para a insanidade! Conhecidos por seus shows pesados e marcantes, o grupo não poupou esforços para surpreender a todos com seus clássicos. Destaque para “The Enemy“, “Tragic Idol” e a clássica “As I Die”, além das músicas do novo disco The Plague Within,No Hope In Sight” e “Victim Of The Past“. A apresentação foi marcada pela troca de emoções entre a platéia e os músicos e conforme o show ia se aproximando do fim, especialmente no bis, era possível sentir uma sensação de “fim de festa”, onde ninguém quer ir embora, mas em breve todas as luzes vão se apagar.

Um festival que com certeza vai ficar na memória e na história dos fãs que puderam presenciar as excelentes apresentações. Além de uma bela oportunidade para entrar em contato com bandas novas, também permitiu que grupos que até então nunca haviam pisado por aqui, vissem o porque da fama dos fãs brasileiros serem os mais calorosos do mundo!

 

Para mais fotos do festival clique aqui, aqui ou aqui!

 

Loos

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