Ano passado o Rock de Verdade fez a cobertura da segunda edição do Overload Music Fest e este que vos fala foi o responsável pela missão. Ao final daquele maravilhoso final de semana, eu tive a sensação que o Overload Music Fest era o melhor festival que eu já havia ido, quando então eu fiquei sabendo que em 2016 haveria a terceira edição, não perdi tempo e me prontifiquei a fazer a cobertura novamente, tudo isso para confirmar a minha certeza: o Overload Music Fest é sem dúvida o melhor festival que rola em São Paulo.
Diferentemente de 2015, a edição desse ano aconteceu em apenas um dia, no caso, o último domingo (04/09) no Carioca Club em São Paulo. Para os que achavam que essa redução afetaria a qualidade do evento, se enganaram ferozmente, a organização perfeita da Overload pensou em absolutamente tudo: desde os famosos meet & greet, passando pelos merchs de alta qualidade, até a agenda pontual, sem nenhum atraso ou imprevisto.
Como fotógrafo fiquei muito feliz em ver uma área reservada à uma exposição com fotos realizadas pela fotógrafa oficial do evento, a excelente Alessandra Tolc, uma referência para qualquer um que procure se aventurar pela área da fotografia de palco e que possui trabalhos incríveis em outras áreas, vale a pena dar uma conferida na página dela, Photolc.
A noite prometia emocionar a muitos dos fãs que lotaram cada centímetro que a casa oferecia, pois logo de cara, o vocalista do Anathema, Vincent Cavanagh faria um show acústico tocando os clássicos de sua banda original.
Com apenas um violão e um conjunto de pedais, Vincent fez todo o seu arsenal sonoro utilizando reverbs e loops para criar um ambiente que adequado a suas músicas, mesclando batidas, riffs e solos, criando tudo na hora e mostrando o porque de ser considerado um dos grandes instrumentistas da atualidade.
Mesmo com um ser relativamente curto, Cavanagh trabalhou as músicas e arrancou lágrimas dos mais fervorosos que não estavam preparados para o que poderia acontecer ali. Passeou legal pela discografia do Anathema, tocando músicas como Fragile Dreams, Untouchable, Thin Air, Eternity e fechando o show com a emocionante Distante Satellites.
Ao final da apresentação, os fãs ficaram com a sensação de que a noite inteira já havia terminado, tamanha a comoção criada pelo artista, literalmente roubando a noite!
Algum tempo depois, era a vez do Labirinto subir ao palco, representando a música nacional, a banda estava lançando seu novo disco, Gehenna.
Com um som denso, recheado de peso e melodia, o Labirinto botou a casa abaixo, transportando o público para outro planeta, onde cada nota executada era sentida na alma. Além do som, havia um excelente trabalho visual rolando no fundo do palco, interagindo com os músicos e com cada momento das músicas.
Velhos conhecidos do festival, a banda perdoou e desceu o braço em todas as músicas, mostrando que não tem medo e esbanjando qualidade sobre o palco. Com um set plenamente instrumental, a viagem foi garantida. A apresentação também valeu para os que nunca tinham tido contato com o som deles, poder não apenas ouvir, mas conversar com os membro do grupo, podendo conhecer mais a fundo o trabalho que vem ganhando espaço dentro e fora do país.
Quando o Labirinto encerrou sua apresentação, ao invés da pista se esvaziar com os fãs indo aos sanitários ou comprar alguma coisa para beber ou comer, todo e qualquer espaço vazio era disputado com pequenos esbarrões, pois a próxima atração sim, era talvez mais esperada que os próprios headliners!
Os franceses do Alcest não estavam ali para brincadeira e mostraram a que vieram, fazendo jus a presença de seu fã clube brasileiro. A banda que faria sua única apresentação no Brasil, foi responsável por trazer fãs de fora do estado e do país! Logo nas primeiras músicas bandeiras do México, Peru e Argentina passaram a ser flamuladas, mostrando aos integrantes o quanto são adorados por esses cantos do mundo.
A verdade é que o Alcest estava ali com a grande atração, apesar de não receber uma grande atenção da grande mídia e por não ser tão antigo, o som da banda é muito mais do que excelente, é simplesmente mágico! Com um set preparado especialmente para o festival, cada nova música era comemorada como um gol de copa do mundo, arrancando coros e transformando a alegria em lágrimas da emoção.
“Ecailles I” e “II” abriram o show, dando uma amostra do que estaria por vir. Mas outros grandes destaques ficam por conta da contagiante “Solar Song“, responsável pelos coros mais fortes, enquanto “Autre Temps” e “Les Iris” mostraram que a banda sabe carregar um show de grande calibre até o desencadear final, com a faixa “Delivrance“, finalizada com um grande e sentimental agradecimento do vocalista Neige.
Mesmo com o triste fim da apresentação do Alcest, quando o suecos do Katatonia subiram ao palco, mostraram porque eram os headliners do festival! O grupo veio no embalo do lançamento do novo disco “The Fall Of Hearts“, que da nome à turnê atual e ainda presenteou o público com alguns clássicos da carreira.
O set com 23 músicas fez os fãs deitarem e rolarem, fechando o festival com chave de ouro. Além de uma interação sobre o palco difícil de se ver, os músicos mostraram porque são especialistas em criar o ambiente adequado para suas músicas, com tonalidades baixas e uma iluminação adequada, em minutos, todos estavam se sentindo em um cenário de apocalipse.
Destaques para “Deliberation“, uma verdadeira obra de arte musical, “Day and Then The Shade“, “Nephilim“, “Old Heart Falls“, seguida pela “Leaders” e o bis, puxado por um coro devastador dos presentes que insistiam em não ir embora de jeito nenhum: “My Twin“, “Leathen” e “July“.
Uma noite para ficar na memória de todos os que estiveram presentes e que já estão aguardando notícias da próxima edição de mais um Overload Music Fest!
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