Palhaço Paranóide

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Respeitável público! Se a cena do rock brasileiro andava um tanto quanto sem graça, temos a honra de anunciar para os senhores nossa próxima atração: com vocês, a Palhaço… Na verdade, uma banda Palhaço – que não se propõe a fazer rir – mas na verdade colocar em cartaz, sob a forma de música, o colorido e melancólico espetáculo da existência.

 

A trupe, liderada pelo vocalista e compositor Guilherme di França, traz ainda para seu picadeiro musical Anderson Aredes com suas guitarras, Rodrigo Carneiro, no contrabaixo, e o baterista Yuri Alexandrovich, juntos desde novembro de 2010, formação essa que faz hoje a banda alagoana Palhaço Paranoide.

 

Mais do que um promessa, o quarteto parece encarnar uma profecia da nova geração do pop rock. De Maceió para o Brasil, seguindo a trilha do bem-sucedido primeiro clipe do grupo – “A Rosa e o Vagabundo” – abrem-se as cortinas para uma performance sempre singular, expressa por um som que tem identidade própria, mas que como um espelho, mostra ao espectador apenas o que lhe é mostrado. Tal é a magia do subjetivismo das canções paranoides: representar o inconsciente coletivo, traduzindo como poesia de vanguarda, a erudição das máscaras humanas.

 

 

No palco, a ‘Palhaço’ faz um rock bucólico, com a marca de um psicodelismo contemporâneo, através do qual faz emanar sua arte com ar de surrealismo. O lirismo quase subliminar da antologia da banda emerge como um universo onírico que parece servir de pano de fundo para o desfile tragicômico dos mistérios da vida humana: a dor, o medo, o amor, a morte. Suas letras parecem desenhadas como que sombras opacas, revelando e escondendo a um só tempo a paranóia arquetípica que toma a todos nós, quer seja pelo mundo que nos rodeia, quer seja a partir de dentro de nós mesmos.

 

Musicalmente falando, deparamo-nos com peças suaves, mas de arranjos poderosos, cadenciados em acordes e cordas onde se equilibram desde um piano mágico a um baixo malabarista, numa batida polida, ao melhor estilo britânico – não por acaso, estamos falando de aprendizes da Oasis e dos Beatles… Com letras como “Ode às flores, mortas”, “Super-homem”, entre outras, o teatro parnasiano da Palhaço Paranoide enceta uma literatura melodiada, que escorre como lágrima suada no espaço ínfimo e íntimo entre o rosto triste de um palhaço ensimesmado e a maquiagem circense que tamborila alegria como se fosse um cartaz.

 
O reino fantástico da Palhaço Paranoide não para por aí. Atualmente, a banda circense tem se dedicado à construção do mundo fictício de La Commedia, um ambiente fantástico onde os personagens, lugares e situações nos remetem direta ou indiretamente às composições do grupo. La Commedia vai além da música: contos e spin-offs em mídias diversas, inclusive HQs, também abrirão caminho da travessia intimista para além do riso encenada por Guilherme di França & cia. O show deve continuar?

 

 

Everton Fabrício Calado
Mestre em Psicologia Clínica pela UNICAP

 

Os camaradas do Palhaço Paranóide têm uma voz que comunica para um público muito amplo, sair de Alagoas acho que é um passo natural para eles, pois trabalham com matizes muito universais, gosto, estética rebuscada dos clipes deles, de alguns aspectos da poesia, tenho a impressão que nos grandes centros é que serão compreendidos.”

 
Página Oficial: facebook.com/palhacoparanoidemusic

Twitter: @palhacoparanoid

 

 

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