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Placebo fez um grande espetáculo em São Paulo

Placebo é uma banda que surgiu em 1994 e que sempre demonstrou uma certa esquisitice e isso, evidentemente, impactava as pessoas criando uma legião de fãs fieis pelo mundo. No final dos anos 90 a banda começou a deixar sua marca estando presente nas paradas de sucesso, e não parou mais.

Em 14 de Abril, sob uma fria segunda-feira, a banda volta ao Brasil para um show no Citibank Hall, em São Paulo para cerca de 4 mil pessoas. Mesmo ansiosos, o atraso de 20 minutos do show não abalou ninguém, todos esperaram com os olhos bem abertos.

Já fazia 4 anos que Placebo não pisava em nossas terras, com passos tímidos, Brian Molko anda pelo palco durante a introdução de “B3” até chegar em seu microfone. Então solta sua voz singular, mostrando que ele estava ali para fazer um grande show.

Placebo não se prendeu aos “greatest hits”, demonstrando sempre ser uma banda segura e confiante pelo som que faz, sem medo de tocar músicas relativamente novas. Após o fim da primeira música os fãs não perderam o ritmo da empolgação, e continuaram pulando em “For What It’s Worth”, emendando com o single “Loud Like Love”, que surpreendeu levemente a banda com muitos cartazes espalhados pelo público com a frase, “We are loud like love” – mostrando de fato que os fãs de Placebo estavam empolgados com o show.

Introdução melancólica de “Twenty Years” e também a melancolia na voz de Molko, acalmou as pessoas, e uma frase veio em minha mente: “estou no show do Placebo de verdade”. Mal sabia que ao término dessa música viria uma barulheira estranha, que depois uma base de guitarra confusa, aos poucos foi se tornando uma introdução estendida do hit “Every You Every Me”.

Particularmente não gostei muito dessa “viajera”, mas quando notei de qual música se tratava, fiquei muito empolgado, pena que no palco eles apenas estavam tocando, sem manifestar alegria de estar ali, parecia que talvez estavam obrigados a tocar essa música.

Com muita segurança eles tocaram “Too Many Friends”, música presente no álbum “Loud Like Love” de 2013. Foi o momento que prestei muita atenção no baterista Steve Forrest, que está no comando das baquetas desde 2008, com uma performance bem carismática, demonstrando sabedoria em executar suas técnicas. Realmente é um excelente baterista, e às vezes parecia ser o frontman da banda, pois embora sentado em seu banquinho em suas limitações, estava sempre brincando com o público.

Brian Molko não precisa se mexer muito, não precisa interagir com o público, sua voz e sua presença já faz ele ser grande, ser iluminado, mesmo tendo uma voz sombria. Dando sequência ao espetáculo, o guitarrista Stefan Olsdal começa a introdução da música “Scene of the Crime” interagindo com os fãs com palminhas, palminhas que fazem parte da identidade da música. As músicas “A Million Little Pieces”, “Speak In Tongues” e “Rob the Bank”, não tiveram a maior empolgação do público, mas mesmo assim, a grande maioria estava cantando junto com Molko.

Foi muito empolgante estar naquele ambiente, a grande massa cantando, parecia que todos estavam manifestando ter a mesma personalidade, e assim foi com as músicas “Purify”, “Space Monkey”, “Blind” e “Exit Wounds”.

Quando chegou em “Meds”, já sabia que poderia estar próximo do fim do show, e me perguntava, e as “Song to Say Goodbye”, “Special K” e “The Bitter End”? Claro que não pensei nelas exatamente nessa sequência, e claro que pensei em muitas outras que não foram executadas até aquele momento, mas essas três músicas iriam levantar o público novamente, já que ninguém mais estava pulando, estavam apenas cantando. A “Special K” é uma música especial, todos pulando como se não houvesse amanhã, e não foi diferente em “The Bitter End”, e acaba o show – na verdade só fizeram aquele “draminha” de que acabou.

Voltaram e tocaram o bis com as músicas “Teenage Angst”, “Running Up That Hill” (cover de Kate Bush), “Post Blue” e “Infra-red”. Todo mundo aplaudindo, realmente foi um grande espetáculo, a banda e os músicos de apoio agradeceram a presença de todos, e o show chega ao fim.

Placebo é uma banda muito agradável, cheio de músicas bonitas, demonstraram grande experiência e não tiveram medo na escolha de seu repertório. O público saiu feliz e a banda demonstrou emoção com os fãs fiéis que estavam ali presentes.

Eles são uma banda sólida e preparada pra continuar lançando sucessos, e esperamos que venham mais vezes ao Brasil, para mais um grande espetáculo.

 

Setlist

1 – B3
2 – For What It’s Worth
3 – Loud Like Love
4 – Twenty Years
5 – Every You Every Me
6 – Too Many Friends
7 – Scene Of The Crime
8 – A Million Little Pieces
9 – Speak In Tongues
10 – Rob The Bank
11 – Purify
12 – Space Monkey
13 – Blind
14 – Exit Wounds
15 – Meds
16 – Song To Say Goodbye
17 – Special K
18 – The Bitter End

Bis

19 – Teenage Angst
20 – Running Up That Hill (Kate Bush cover)
21 – Post Blue
22 – Infra-red

Fotos: Cedidas  por Camila Cara / T4F Divulgação
Fotos: Cedidas por Denis Ono/Reduto do Rock
ColaboraçãoFelipe Hänsell
Autor/Editor: Will Batera

Will Batera

Editor chefe do site Rock de Verdade.

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