Fiz essa matéria alguns dias atrás para meu blog! Como sei que muita gente ama os anos 80 tanto quanto eu, decidi colocar ela aqui também: Nos anos 80, Virginie Boutaud foi a queridinha do Brasil. Ex-vocalista da Metrô, banda que emplacou sucessos como “Beat Acelerado”, “Tudo Pode Mudar” e “Ti Ti Ti”, em seu currículo também conta uma passagem pela Fruto Proibido. Após o final desta e uma breve reunião da Metrô, foi aos poucos desaparecendo da mídia, deixando fãs (como eu) se perguntando: Onde está Virginie?
Mas não se preocupe, ela está viva e muito bem, obrigado: Virginie trocou os palcos por salas de aula e hoje reside em Saint Orens, na França. Graças ao poder da Internet, consegui localizá-la em 2013 para uma pequena entrevista, parte de uma projeto meu. “Não tenho dado entrevistas, só respondi pelo fato de ser trabalho de faculdade”, diz. Veja:
Da5vi – Como foi o início da Metrô?
Virginie – Quando entrei no A Gota Suspensa (primeiro nome da banda), era um grupo que tocava em colégios e alguns festivais. Pessoas entravam e saiam ao bem-querer de alguns maestros, trazendo a personalidade da banda. Era rico, variado e as vezes cruel. Começamos quebrando as orelhas de Arlette Leblanc e Eva Laouennan, na casa de quem ensaiávamos… Coitadas (risos)! (Os pais estavam trabalhando fora, sortudos!)
Da5vi – Vocês estouraram no início da MTV, ascensão do videoclipe (que na época, aqui no Brasil, eram exibidos no Fantástico). Como era gravar vídeos na época? Vocês acreditavam no formato?
Virginie – A tecnologia não era acessível à todos como hoje em dia, que podemos gravar, montar, co-produzir a distância etc. Era um privilégio poder gravar um vídeo, principalmente para bandas que estavam começando a ser divulgadas. Artistas como Peter Gabriel marcavam ainda mais sua grande criatividade complementando a música com imagens que já utilizavam tecnologia de ponta e efeitos especiais; Outros como The Cure, traziam a simpática estranheza visual que divertia e inspirava a todos, lançando moda e tudo mais. Michael Jackson arrasava nas coreografias também, muitos passavam horas tentando copiar. Sem dúvida ajudava a popularizar artistas e obras.
Da5vi – Na sua opinião, o que fez da Metrô um sucesso?
Virginie – Combinávamos com a época. Tínhamos juventude, beleza, musicas dinâmicas, arranjos legais, a produção caprichada de Maluly… Uma boa equipe de divulgação e a vontade de investir e ganhar da gravadora que havia nos colocado entre as que “valiam a pena investir”. Aos poucos, pudemos fazer shows com melhor produção, equipe de técnicos, som, luz – O que nos permitiu chegar perto de um público que até hoje é muito carinhoso conosco. O Brasil estava se abrindo e havia uma astral muito otimista também. Acreditávamos no que fazíamos e eu, pessoalmente, estava bem em sintonia com o repertorio juvenil.
Da5vi – Qual o principal motivo da sua saída da banda?
Virginie – Pinel desvairado, um bando de idiotas ciumentos zumbindo continuamente sobrepostos à cansaço e falta de maturidade. Foi muito doloroso e lamento muito até hoje não termos apenas dado um tempo, apesar da minha vida só ser o que é hoje graças a esta ruptura.
Da5vi – E como surgiu a Virginie e Fruto Proibido?
Virginie – Um convite de Glauco Guerin para conhecer Dom Beto, Nilton, e Albino: Nos demos bem, eles são excelentes músicos e foi muito bom enquanto durou.
Da5vi – Você sente falta do Brasil e dos palcos? O que anda fazendo agora?
Virginie – Claro, muita. Mas procuro construir minha vida com minha família aonde estou agora – o que não exclui nem uma coisa nem outra, enquanto existir vida e saúde. Aqui na França, como em todos os países em que vivi, procuro sempre estar perto de crianças, pois elas me encantam. Canto um bocado, toco meu violãozinho… Ando postando alguns vídeos de gravações da TV dos anos 84/85, e confesso que os comentários tão gentis estão me fazendo pensar em reencontrar este público tão querido.
Sentiu saudade ou quer conhecer mais sobre a Virginie? Dá uma olhada em seu canal do YouTube e na FanPage da Metrô no Facebook (eles levam créditos por quase todas as fotos que estão aqui, exceto a primeira). Estou aguardando sua visita ao Brasil – o convite está aberto!