Quarta feira com garoa, mais um dia normal em de São Paulo, a cidade corre sua rotina de meio de semana normalmente, todos os relés mortais se encaminhando para suas casas depois de mais um dia de trabalho… mas algo mexe com a cabeça de alguns poucos e privilegiados fãs de stoner rock. O que aparentemente seria mais uma pacata noite chata e sem graça, escondia a expectativa de um show inédito no Brasil, o grupo norte americano, The Atomic Bitchwax estava fazendo os últimos preparativos para subir ao palco.
Em mais um excelente espetáculo organizado e produzido pela Abraxas, os fãs brasileiros tiveram a oportunidade de ver uma das mais respeitadas bandas americanas de stoner rock de todos os tempos, formado em meados dos anos 90, o Atomic Bitchwax serviu como base para todo um movimento do estilo na costa leste e seus discos são verdadeiras jóias para os fãs.
O sol mal havia se posto quando o palco foi tomado pelo som pesado e incendiário do grupo nacional Projeto Trator. Formado por Paulo Ueno, comandando a guitarra e os vocais, e Thiago Padilha, nas baquetas, o duo leva o lema DIY (Do It Yourself) ao pé da letra produzindo seu próprio material de forma independente e disponibilizando-os na íntegra em seu site.
Com a casa ainda recebendo os fãs que chegavam de diferentes partes da cidade, visualmente vindos direto de seus trabalhos ou escolas, o espaço logo foi arrebatado pela energia poderosa que explodia para fora dos amplificadores.
Aquecendo o público como primeira atração da noite, era a hora da dupla passar o bastão para a banda seguinte.
O quarteto paulista Grindhouse Hotel tomou seus lugares e botou a casa de show abaixo logo nos primeiros acordes! Como um verdadeiro tanque de guerra, o grupo roubou a cena com suas guitarras recheadas de distorções e seu baixo insano, levando os fãs a loucura, sem nem pedir licença.
Já possuindo um público fiel local, a banda estava lançando seu novo EP, Chosen One, que pode ouvido no bandcamp gratuitamente, mas que foi esgotado rapidamente na banquinha de merch.
Acompanhados de animações de fundo, a apresentação tinha como proposta promover uma verdadeira experiência audiovisual, fazendo com que ninguém tirasse os olhos por um segundo do palco.
Quando o relógio apitava as 21:00 e o público já começava a se apertar, o palco finalmente se apagou, anunciando a entrada dos headliners da noite: The Atomic Bitchwax, que aos gritos e palmas não pouparam esforços para que o começo fosse uma verdadeira bomba!
Com sua longa discografia, que se revesa entre músicas instrumentais e cantadas, o músicos agradaram a gregos e troianos, que se digladiavam por um espaço na frente do palco, em suas viagens psicodélicas próprias e guiadas por solos de guitarras recheados de efeitos e uma iluminação de palco espetacular, cintilante e que jogava uma cachoeira de luz branca sobre os músicos que de forma mágica se transformavam em espectros brilhantes que tomavam formas espetaculares.
Arrancando aplausos e gritos de todos os fãs, o show foi se desenrolando com maestria, demonstrando experiência e intimidade, geradas pela vasta quilometragem da carreira, o trio se comunicava por olhares que pareciam ser mais claro e comunicativos do que longas reuniões e cochichos, além dos largos sorrisos pela satisfação do sucesso do evento de tamanha importância para a história do grupo.
Era visível e até quase palpável o clima emocionante e de felicidade que emanava do encontro dos fãs com a banda, tudo parece que convergia para tornar essa noite única e inesquecível para todos os que estiveram presentes na noite que tinha tudo para ser só mais uma quarta feira banal, chuvosa e abafada na selva de pedra brasileira.
Showzão perfeito!
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