Se no início o death metal era um movimento de contracultura em oposição a segmentos mais acessíveis do próprio heavy metal, hoje podemos dizer que o estilo desenvolveu-se muito enquanto expressão artística. Suas mais variadas nuances dão vazão a sentimentos múltiplos inerentes ao homem moderno. Disse o poeta: o death metal é a aquarela em preto e branco mais completa para transformar em arte todos os “predicados” da sociedade contemporânea: medo, terror, guerra, corrupção, desigualdade, fome, indiferença, niilismo, doença, destruição e morte.
Embora a ortodoxia prevaleça entre a maioria das bandas brasileiras de death metal, o Psychotic Eyes surge como um personagem antagônico a todo e qualquer padrão e fórmula pré-estabelecida para esse segmento musical.
O Psychotic Eyes não é uma banda comum de death metal. Sua música é uma experiência profunda que se desenvolve a partir de diferentes referências musicais. A complexidade do rock progressivo, a técnica do jazz, o ritmo da música brasileira, todos esses elementos se juntam num caldeirão death/thrash metal.
Formada em 1999, o Psychotic Eyes lançou duas demos que fizeram a cabeça dos críticos da época – desde seu início o grupo demonstrava personalidade e muita ansiedade criativa.
As mudanças na formação foram inevitáveis no inicio de carreira, até que o grupo consolidou-se com Dimitri Brandi (vocal/guitarra), Alexandre Tamarossi (bateria), Valdemar Ferrari (guitarras) e Leandro Araújo (baixo).
Foi com esse line-up que lançaram seu primeiro álbum em 2007. Auto-intitulado, o disco reuniu nove faixas que caracterizavam-se pelo encontro de agressividade e técnica: era o Psychotic Eyes mostrando o lado inteligente da violência!
A produção ficou a cargo de Alex Nasser, ex-baterista do Avalon e Scars, e a capa foi desenhada pelo renomado artista Gustavo Sazes.
Quatro anos se passaram desde então, período esse que a banda dividiu entre algumas apresentações ao vivo e processos de composição, dando origem ao mais novo álbum do Psychotic Eyes, “I Only Smile Behind The Mask”.
Considerado pelos próprios músicos como “a grande obra da banda”, “I Only Smile Behind The Mask” foi mixado e masterizado pelo renomado produtor canadense Jean François Dagenais, também guitarrista do Kataklysm, uma das maiores bandas do death metal contemporâneo. A produção de alto nível destacou o som pesado, técnico e agressivo da banda, que soa moderno e brutal, sem perder as dinâmicas que remetem ao rock/metal dos anos 70 e 80. A banda foge dos clichês, apresentando riffs e solos de guitarra que exploram harmonias diferenciadas, levadas de bateria pouco exploradas no metal, além de linhas de baixo certeiras. Tudo isso servindo de base para a agressividade dos vocais extremos.
A formação mais uma vez mudou. Os membros originais Alexandre Tamarossi e Dimitri Brandi cuidaram sozinhos de todos os processos de produção. O contrabaixo foi gravado por Rodrigo Nunes (ex- Drowned e Eminence).
Depois de encerradas as gravações, a banda recebeu seu novo baixista Douglas Gatuso, músico experiente, também membro do Side Effectz (death/grind).
Com essa formação, o agora trio fez o show de lançamento de “I Only Smile Behind The Mask“ em Maio de 2011 no Carioca Clube em São Paulo ao lado do Korzus e Torture Squad.
Vanguardista em todos os sentidos, “I Only Smile Behind The Mask“ foi lançado apenas virtualmente até o momento. O álbum está disponível para venda digital nas principais web-stores do mundo como iTunes e Amazon, ao mesmo tempo em que pode ser baixado integralmente e gratuitamente através do site e redes sociais da banda na internet. Para o Psychotic Eyes, arte não tem fronteiras, muito menos econômicas. Fica ao fã a decisão de pagar ou não pela música.