Quem é Rock de Verdade não apoia a execução do Marco Archer

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Rock também é política, e muito me indigna começar o ano com um texto desses, que em outras eras não seria necessário. Me pergunto o ponto em que o Rock, como movimento, chegou. Não sou desses imbecis que ficam apocaliptizando as coisas, porém confesso que ando muito preocupado com quem é o nosso público (público de Rock) nesses anos 2010s.

Lembro de quando vi a primeira vez o filme “Quase Famosos” (que está nessa minha lista de filmes pro Dia do Rock, caso você não tenha visto) e vi a cena em que a personagem da Zoey Deschanel sai de casa e deixa pro irmão mais novo seus discos como uma forma de educá-lo. Rock é ideologia, é questionar o que está no poder (ou não), é filosofia. Não é a toa que existe o “Roquismo” (termo usado por pessoas que acreditam que existe uma pirâmide musical entre os gêneros e estilos, onde o Rock está no topo), apesar de não defendê-lo!

O que me preocupa é: De que adianta você ter um álbum altamente edificador quanto o The Wall, do Pink Floyd (que é TÃO complexo que eu nem curto muito por que não consigo juntar tudo [prefiro admitir que fingir que pago pau, odeio hipocrisia]), se você não presta atenção no que a banda tá falando ali? De que adianta você dizer que ouve Cazuza e não entender o que ele quis dizer em músicas como a tão famosa “Brasil“? De que adianta você dizer que é um Roqueiro mas continuar sendo o filho da puta que não ousa em pensar fora da caixinha?

Não sei. Infelizmente, o movimento no Rock caiu muito e deu espaço pra essa cultura ridícula de status, onde você diz que ouve David Bowie, Led Zeppelin e Velvet Underground pra se sentir “cool”, aceito. Pra ouvir um “ah você é a salvação, um dos poucos”. Salvação de que? Do conservadorismo? Já vi vários depoimentos de artistas que são limitados a NÃO tocar seu repertório e se resumirem a covers… A repetições das mesmas músicas, mesmos sons de outras eras. Você condena o fim do Rock, mas o que você faz pra evitar que ele aconteça? Pouca gente (e poucos sites) dá apoio a galera que, de fato, tenta renovar e trazer o negócio para os dias de hoje.

A pior parte? Foi ouvir uma amiga comentando que “gente que curte rock estava condenando o Marco Archer“. Oi? Você vai condenar um cara preso com cocaína, sendo que todos os artistas citados aqui no texto cheiraram, fumaram, injetaram e/ou chegaram a escreveram brilhantes álbuns (os mesmos álbuns que você compra pra pagar culto com a foto no Instagram) sob o efeito das mesmas? Vocês apoiaram o fuzilamento de um cara do mesmo país que vocês, sabendo que o Rock foi berço do festival de WOODSTOCK, cujo lema era “PAZ E AMOR”? Não, vocês não fazem parte do movimento. Vocês não entendem o movimento. E por mais que seja moralmente errado, tenho nojo de vocês.

O problema com drogas é antigo e continua sendo combatido do mesmo jeito imbecil de sempre. Todo mundo condena o tráfico de drogas, mas já pararam pra pensar no por que do tráfico existir? Sim! Isso mesmo: Por que é ilegal. “Ah mas é droga, drogas matam”. Me diga quantas fatalidades você tem notícia de alguém que matou milhares por estar sob efeito de maconha. Agora, me diga QUANTA gente você não já ouviu falar que morreu por causa de acidente de trânsito com alcoólico. Outra coisa: Se drogas matam, por que você usa remédio mesmo? Já parou pra pensar por que as farmácias se chamam DROGARIAS? hehehe. Que merda né?

Pois bem, eu prefiro uma Amy Winehouse cheirando e se divertindo (embora que pra sociedade ela esteja fazendo um mal a si mesma – o que não deixa de ser verdade), que um desses alcoólatra* filho da puta que dirige bêbado e mata um monte de gente. Prefiro alguém que faça o “mal” APENAS pra si mesmo, que alguém que além de fazer a merda pra si, faz pra um monte de pessoas. Não são as drogas que “matam inocentes”. É o tráfico. E o tráfico só existe por que as drogas são ilegais. Quer parar com o tráfico? Legalize! Mas não venha pagar de hipócrita filho da puta defendendo a condenação de Marco Archer e OUSAR se achar roqueiro, por que meu amigo, você também está condenando um monte de ideal (e costumes, a melhor parte) do movimento.

Que o presidente da indonésia, e todos vocês hipócritas, tomem em vossos cus. Que o helicóptero do Aécio cheirador caia, cheinho de cocaína, na cabeça desse presidentezinho de merda, e que o país dele se afogue na merda.

Faz bem agir fora da moral de vez em quando.

E que não venham comentários justificando um problema com outro problema.
Abraços. Feliz 2015.

*Sim, sei que muitos desses artistas também bebiam, mas vocês entenderam meu ponto de vista (espero).

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