À tarde até que parece vazio, as pessoas preferem a diversão dos brinquedos e aproveitaram os espaços disponíveis (por pouco tempo). Uma pequena cidade, um monstro se tratando de shows. No dia 25 de Setembro uma nuvem negra enorme cobria o céu da Cidade do Rock, o vento forte levava tudo, o Sol tentou ser forte, mas às quatro da tarde já não dava mais. O jeito era descansar, como muitos em frente ao palco principal, sentados e até mesmo deitados, faziam.
No Rock Street, Wilson Sideral e Luana Camarah reuniram a galera em pura interação, Maurício Baia (ex integrante do “4 Cabeças”) e Bula, representando a Baixada Santista e o Charlie Brown Jr. (formada por Lena, Pinguim e Marcão).
No palco Sunset, a banda de Portugal “Moonspell” fez uma bela apresentação, tendo a participação de Derrick Green cantando clássicos do Sepultura. Nightwish tocou com o baterista original, Jukka Nevalainen. Foi um show parado, dava pra contar quantas pessoas cantavam com a banda, faltou os grandes sucessos e mais simpatia por parte da vocalista Floor Jensen. Steve Vai fez uma longa performance junto à orquestra Camerata Florianópolis e não queria parar um só segundo; é um guitarrista extremo, mas não agradou a platéia que estava esperando o peso no palco Mundo que, com pouca admiração e educação, não poupou vaias e xingamentos. Até que acabou.
Dava-se início à loucura! De La Tierra, composta por Alex González (Maná), Andrés Gimézes (A.N.I.M.A.L), Sr. Flávio (Los Fabulosos Cadillacs) e Andreas Kisser (Sepultura), teve a aprovação da platéia e dentre as músicas próprias, homenagearam “Titãs” tocando “Polícia“. “Mastodon” fez um show agitado e diferenciado, nos deixando concentrados em sua capacidade de todos os integrantes tocarem e cantarem. Foi insanidade! Logo em seguida, clássico, mas não tão empolgante, “Faith no More” tomava conta do palco com suas cortinas brancas e flores, muitas flores espalhadas por todos os cantos. Tal cenário é um protesto, contra aqueles que têm mente fechada e acham que roqueiros devem apenas vestir preto, mas foi taxado de “terreiro de macumba” e “velório”. Tudo indo muito bem até que Mike Patton teve a brilhante ideia de dar seu stage dive mau sucedido, na terceira música, e caiu entre a grade e os fotógrafos. Enquanto era socorrido, houve uma pausa, preocupação e zombaria: “Será que ele tá vivo!?” e assim começou a piadinha “Quem tem Faith no More”. “Tranquilo”, dizia Patton machucado, mas suave como se nada demais tivesse acontecido. Sempre falando em português, durante todo o show pronunciava “Cariocas”, “Tudo bem?” e até palavrão na nossa língua ele soltou. Mito Patton! Muitos ali não conheciam a banda direito, mas o show seguiu “Epic“. A percussão de Mr. #6 (Slipknot) já estava no palco ainda no show do Faith no More e, terminado o espetáculo, enquanto a produção retirava todas as flores dali e arrumaram o palco para a atração principal, se ouvia do público “Vai ter morte aqui, cara!” e “Nós vamos morrer hoje!”
A intro “XIX” já dizia o que viria pela frente. Caos. Do começo ao fim. O Slipknot entrou e nada mais deu pra falar, a não ser cantar, sentir o empurra-empurra na grade e se espremer mais ainda quando abriam uma roda, duas, três, quatro…
“Sarcastrophe“, “The Heretic Anthem” e “Psichosocial” contou com Sid Wilson e suas danças na beira do palco levando a galera ao delírio e expectativa para o seu pulo que não rolou. “The Devil in I” fez sentir do gramado o fogo do palco. Ao tocar outra canção, Corey disse que precisava de todos e apresentou: “Senhoras e Senhores, minha família, meu amigos, é a hora para a pequena AOV“.
Nada de violência no meio da galera, o que chamou atenção por ser um show monstruoso. Na ondulação entre uma música e outra havia preocupação em achar um celular perdido, barreira para segurar quem tava quase caindo, até barreira pra eu amarrar meu tênis fizeram (risos), aí a roda parava por um minuto até todos se manterem de pé de novo e voltou tímida quando “Vermilion” começou, porém maior ao som de “Wait and Bleed“. “Killpop” ganhou inúmeras palmas e um vídeo tosco que ousei fazer já que Corey Taylor não tava com nenhuma garrafa de água nas mãos, em “Before I Forget” só se via “mascarados” de rasante, “Sulfur” e em algum momento senti uma garrafada d’água no ombro, segurei e só me dei conta de quem era quando queriam tomá-la de mim: Mr. Clown estava violento demais em seus barris, mas passou quando lhe desejamos parabéns e todo o Rock in Rio cantou “Happy birthday to you”. “Duality” teve chuva de prata (só que vermelha, claro) e um bastão de beisebol voador. Taylor regeu “Olê, olê, olê, Corey, Corey!” e disse “Vocês são loucos, desgraçados! Lindo!”, também pediu que fizéssemos barulho para todas as bandas que tocaram ali naquela noite e citou Mastodon e Faith no More antes de iniciar “Disasterpiece“.
O grandão Mike Thomson esbanjava olhares furiosos. Chris Fehn não se conteve em sua percussão em “Spit it Out“, cantou pro lado direito do palco e brincou na guitarra de Jim Root, enquanto Crahan corria pelo corredor, platéia a dentro e Corey e Sid tentavam fazer todos se agacharem para o “Jump the fuck up“, mas nem todos conseguiram por falta de espaço. Em “Custer” choveu, não o suficiente como a maioria queria. Craig se destacava no sampler quando o fogo se lançava pelas suas costas e à sua frente. Vman brilhava verde fluorescente com seu baixo. Jay, aos poucos, conquista seu espaço na bateria e no coração dos fãs. “Obrigado, nós amamos vocês!” e deixaram o palco e algumas pessoas crentes que havia acabado, algumas delas até foram embora, mas eles voltaram com as três últimas músicas da noite. “Sic“, “People = Shit e Surfacing”.
Chris Fehn jogou flores para a platéia, Jay também ganhou um coro de “Olê, olê, olê, Zíper, Zíper!”, foto e ‘til we die foi a despedida, deixando saudade e ansiedade para quem os veria novamente em São Paulo.
A fase após a morte de Paul Gray foi difícil, a saída de Joey Jordison, a entrada de novos integrantes mesmo com a dúvida se são ou não oficiais (Jay e Vman). Sim, dá pra chorar no show dos caras e não fui a única. Primeiro Rock in Rio que fui, primeiro show da banda que fui em uma década desde que conheci o som deles, o aniversário foi do “Palhacinho simpático”, mas quem ganhou a garrafa d’água dele de presente fui eu, os fogos finais era a certeza de que o sonho era real e o Slipknot, mais uma vez, se consagrou na história do Rock in Rio, dessa vez comemorando os 30 anos de festival.
Cobertura independente:
Repórter: Mayra Andres.
Fotos: Diego Padilha – I Hate Flash.
Nomoto – I Hate Flash.
Marques – I Hate Flash.
Ariel Martini – I Hate Flash.
Marcelo Mattina – I Hate Flash.
Editor chefe: Will Batera.
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