Não á nada mais empolgante do que ouvir uma banda com muito tempo de estrada entregando algo novo. Mostrando que ainda há novos territórios sonoros a serem explorados mais uma vez. Gravado na Suécia com o produtor Jens Bogren (que traz no currículo álbuns de Opeth, Kreator, Soilwork e Paradise Lost), o Machine Messiah, nas palavras de Andreas Kisser: “é um disco que nunca tínhamos feito”.
A primeira faixa (que leva o nome do álbum) é muito envolvente e já dá o tom do quanto o álbum poderá te surpreender. Com um vocal mais leve e solos muito bem carregados, essa é aquela faixa que você bate o olho no display para decorar o nome porque certamente ouvirá novamente. Na sequência, há muito o que curtir em “I am the enemy” que acelera o ritmo gerando uma correria bem interessante, quase que um “hardcore“. Vale a pena destacar o trabalho do Eloy Casagrande que mandou bem demais nas baterias desta segunda faixa.
A terceira faixa, “Phantom Self” tem uma complexidade muito interessante nas guitarras de Kisser. Seja na parte rítmica ou nos solos. Outra coisa muito interessante é a mistura da batida de maracatu com a orquestra tunisiana. A orquestra, por sua vez, volta várias vezes durante a música que um refrão bem marcante. Aliás, já viu o clipe? É só dar o play.
Em seguida, temos a “Alethea” que mantém a pegada do novo álbum continuando a atmosfera de “Phantom Self“. Na sequência, chegamos à instrumental “Iceberg Dances” que merece uma atenção especial, principalmente por conta dos teclados e da abordagem mais nordestina. Os arranjos de violão também estão super agradáveis de se ouvir. São quase cinco minutos que fluem sem vocês perceber.
“Sworn Oath” traz mais uma vez, uma sonoridade arrastada. É como se dividisse o álbum em duas partes, dando uma atmosfera de segunda parte. As passagens da música estão muito interessantes e é importante destacar os vocais de Derrick que estão impecáveis. Obs: Se me pedissem para opinar, eu diria que junto de “Machine Messiah“, são as melhores do álbum.
“Resistant Parasites” e “Silent Violence” são faixas mais pesadas que trazem, elementos de trabalhos mais recentes e a tradicional característica mais trash da banda. Essas duas faixas aceleram bastante o ritmo para entrarmos no clima da penúltima música do álbum “Vandals Nest“. São pouco menos de três minutos que misturam muito do que foi apresentado no álbum, seja por peso, melodia ou inovação.
Para fechar com chave de ouro, “Cyber God” praticamente atropela o ouvinte mostrando que a banda possui um controle muito grande sobre cada elemento trabalhado neste álbum. Além do entrosamento entre os músicos que é fundamental, os elementos conceituais estão bastante coerentes e tudo se apresenta de maneira muito coesa. Você termina “Machine Messiah” querendo ouvi-lo de novo.
É preciso dizer mais alguma coisa?
Vida longa ao Sepultura.
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