STRATOVARIUS – mantendo os pés no chão e os sonhos com “Eternal”
Escrita por Júnior Pontes.
Algumas bandas tem a capacidade de se reerguer após alguns problemas que a poderiam levar ao fim, e foi isso que aconteceu com o STRATOVARIUS, que após o traumático auto-intitulado “Stratovarius” de 2005, chega ao quarto álbum regular e o 15º da carreira com o bom “Eternal”. Embora em seu país natal, a Finlândia, banda parece não ter mais o prestigio de antes, fato esse que levou o álbum a alcançar apenas a 5ª posição nos charts.
“My Eternal Dream” abre o álbum, com a pegada clássica da banda, apoteótica, veloz, com muitos teclados e pedais duplos. Certamente poderia fazer parte de álbuns como “Destiny” (1998) ou “Infinite” (2000), aqui nesta faixa temos os elementos que consagraram a banda e colocou-a no final dos anos 90 e inicio do novo século como grande influência para novas bandas do estilo, ótima faixa para abrir os trabalhos, como grande vocal de Kotipelto.
Na sequência temos “Shine In The Dark” que começa cadenciada, possui uma bela ponte e um refrão pegajoso, essa já com elementos do Stratovarius após Tolkki. Essa foi a primeira faixa divulgada do novo álbum, recebendo ótimas criticas tanto dos fãs quanto da imprensa. “Rise Above It” começa rápida com orquestrações de teclado, bateria empolgante, tipicamente o básico metal melódico. Dando sequência temos “Lost without A Trace” cadenciada, com certa melancolia típica escandinava, e isso fica evidente nas linhas de guitarras que temos nesta música, porém tem um riff de guitarra monstro com um efeito muito diferente e forte, executado juntamente com o refrão, ficou animal. Na sequência um solo master e uma finalização apoteótica.
“Feeding The Fire” é boa, mas não chega a empolgar tanto como as que já ouvimos, passa quase que despercebida. “In My Line of Work” volta à normalidade do play, com seu belo refrão e grande interpretação de Timo Kotipelto, é uma mescla do ‘novo’ com o velho STRATOVARIUS.
“Man In The Mirror” é uma das mais legais desse novo disco, cadenciada no inicio e pesada, onde Kotipelto usa mais o grave de sua voz, onde encontra o ápice no refrão, que remete aos velhos tempos, ouvem-se aqui pitadas do saudoso álbum “Visions” de 1997, espero que esta faça parte do set list da nova turnê que passa pelo país no dia 10 de dezembro na capital paulista. A oitava do álbum é “Few Are Those”, que começa com linhas de teclados e levadas de bateria, dando inicio a uma música empolgante, poderia dizer que seria uma das melhores do disco, se as linhas de teclado não soassem como Nigthwish, o que tirou um pouco do brilho da música.
“Fire In Your Eyes” é a balada do disco, que obviamente não poderia faltar, e o STRATOVARIUS sempre foi mestre em fazer ótimas baladas, no entanto essa é apenas uma balada qualquer, não chega a ser ruim, mas a banda já teve momentos mais inspirados. Fechando o disco temos a épica “The Lost Saga” que foi escrita para ser a nova ‘Infinite’ ou ‘Elements’, mas ficou bem atrás destas que citei, mesmo que tenha alguns bons momentos ao decorrer dela, ainda assim não foi o suficiente para torna-la empolgante. Se “Eternal” deixa a desejar em relação ao anterior “Nemesis”, ele mostra que a banda realmente esta de volta e realmente não sente a falta de Timo Tolkki, fato que não temos um destaque individual no disco, mostrando que o trabalho foi feito em conjunto e assim que deve ser uma banda.
STRATOVARIUS – Eternal
(Nuclear Blast, 2015)
Arte da capa: Gyula Havancsák
Track List:
1 – My Eternal Dream
2 – Shine In The Dark
3 – Rise Above It
4 –Lost Without A Trace
5 – Feeding The Fire
6 – In My Line of Work
7 – Man In The Mirror
8 – Few Are Those
9 – Fire In Your Eyes
10- The Lost Saga
Line up:
Timo Kotipelto – Vocal
Matia Kupiainen – Guitarra
Jens Johansson – Teclado
Lauri Porra – Baixo
Rolf Pilve – Bateria