Xiismo no Punk

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Quando comecei a escrever pro Rock de Verdade, lembro de me deparar com uma notícia sobre a Green Day. Pra quem não sabe, essa banda foi responsável por “abrir caminho” para o sucesso do Punk Revival – “Pop Punk” – que aconteceria em 1999, ano em que Blink-182 estourou em vendas com o Enema of The State (o álbum vendeu cerca de 15 milhões de cópias!). Voltando, desci pra ver os comentários e, simples assim, tinha uma galera metendo o pau no Billie Armstrong, chamando-o de “idiota” porque “isso não é punk”… Blá. Blá. Blá.

 

Nem estou fazendo esse texto por amor a Green Day – mal ouvi umas duas músicas do American Idiot e o Uno! –, mas porque Xiismo é um problema social CHATO e me dá nos NERVOS. Muita gente vive nessa coisa de “O velho é melhor”, “O novo nunca vai ser bom” que apenas faz parte dessa mania idiota de pseudo-cultismo, desse paradigma bizarro das pessoas de querer mostrar que são melhores que as outras porque ouvem músicas ditas “cultas”. Mesmo que a pessoa não saiba nem o que é CBGB, infelizmente faz parte da cultura popular massiva (aquela que vem até a gente por meio da mídia) esse debate e a mania maluca de se vangloriar pelo que, na verdade, não passa de uma ilusão de merda. Como assim?

 

Quem lê sobre o movimento e artistas da época, sabe que pra ser considerado punk sua música praticamente NUNCA sairia do estágio “folk” (onde ela é apenas reproduzida ao vivo). Isso significa que você não podia “visar o lucro” em suas composições – sério, foi o motivo de intrigas em várias bandas, tipo a The Go-Go’s. A coisa era tão restrita que, assim como nos hipsters, quando a banda fazia sucesso ela era AUTOMATICAMENTE rejeitada pela galera do movimento (Só pra constar: Ri ALTO assistindo numa cena do documentário D.O.A, onde criaram um rumor estúpido pra cobrarem entrada na turnê americana dos Pistols e os fãs ainda se sentirem “rebeldes”. HAHAHA). Até aqui já deu pra entender que um artista Punk não podia ganhar dinheiro ALGUM com seu trabalho pra não ser linchado, certo?

 

Agora vem a parte engraçada: Esses artistas que consideramos como “Verdadeiro Punk” são os mesmos artistas que lançaram Discos e vendiam camisas/merch em shows, se uniram à produtos culturais como Cinema pra divulgar seu trabalho, viraram banda porque um produtor os juntou e (pasme) nem se consideravam punks. A diferença é que eles ainda não tinham chegado a uma fórmula que os levassem ao topo das paradas, coisa que nossos amigos moderninhos conseguiram rapidinho graças à MTV.

 

Isso significa que de acordo com as “regras” estabelecidas pelo movimento, essas bandas também NÃO SÃO PUNKS. Então… Na teoria, “só” ouvir Sex Pistols não faz de você melhor ou pior do que a galera que “só” ouve The Offspring, Green Day, Blink-182 & cia. Talvez faça, na sua cabeça de Xiita chato que não aceita o trabalho dessa “nova geração” – e no fundo isso só faz de você um chato de galochas manipulado com opiniões fúteis.

 

You’ve got problems? Problems…? The Problem is you!

Fim da história.

Moral: dá pra curtir Offspring e Dead Boys ao mesmo tempo de boas. 

Ah! Nada contra quem não gosta de Banda A ou B por motivos plausíveis, a coisa pega mesmo só quando é por falta de bom senso.

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