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Repentless: Kerry King e Tom Araya deram sim conta da sonoridade do Slayer

Após um período negro, os Titãs do Metal lançaram seu décimo segundo álbum de estúdio “Repentless” (2015). Seis anos se passaram desde o último “World Painted Blood” (2009). Se você é fã como eu, deve ter ficado mal com a morte de Jeff Hanneman, o guitarrista fodástico do Slayer, e principal compositor da parte instrumental da banda. E ao mesmo tempo aprensivo com relação a esse novo material. Não há dúvidas, em linhas gerais, que esses Titãs nunca estiveram de brincadeira, mas é sempre difícil passar por essas situações.

Houve então o ingresso de Gary Holt (guitarrista da banda Exodus, como músico convidado) e o retorno de Paul Bostaph (bateria), já que Dave Lombardo sai da banda em 2013, devido a desentendimentos com Kerry King.

O novo álbum assinado pela Nuclear Blast contém 12 faixas, cheias do peso e da velocidade, caracteísticos da banda. Além de cadenciamentos e de uma produção impecável.

E ele se inicia com “Delusions of Savior”, play instrumental com cara de abertura de show, que se abre em um riff matador trabalhado em um timbre perfeito e demoníaco. A vontade de banguear logo aparece, o coração se enche de raiva e odio, se preparando pra “Repentless”, que tem a cara das aclamadas “Reign in Blood” e “South of Heaven”. Tom mantêm sua linha vocal do mal, e a letra intensifica ainda mais o peso: “Live fast, on high/Repentless, let it ride/I hate the life, hate the fame, hate fuckin’ scene”.

“Take Control” se inicia com a batidas sucessivas e raivosas da batera de Bostaph, e um power riff combinado a um timbre sensacional. Som legal, tem um solo elegante, combina com a melodia. Então vem “Vices”, um pouco mais lenta que o normal desses Titãs no início, mas com um peso inconfundível. Som power, cheio de cadenciamentos e momentos de raiva.

Segue com “Cast the First Stone”  som também característicos da banda, mas não impolga muito, apesar da letra ser legal. “When the Stillness Comes” inicia com uma pegada mais lenta, um dedilhado na guitarra limpa, que logo dá lugar pro peso seguido da bateria estacada. Música bem cadenciada, muito boa, apesar de ser mais lenta em alguns momentos, e sombria. Acho que combinou bem com sua letra.

“Chasing Death”, bem rápida e cheia de Titanismos. Som poderoso. Seguem com “Implode”, oitavo som do play, surge de novo aquele lance dançante dentro do peito, essência não perdida, o som inicia devagar, mas logo retorna a velocidade matadora, com um solo desafiador. E me deparo com “Piano Wire”, play feito pelo Mr. Hanneman, consigo entender uma linda evolução aqui, ferocidade na voz, o coração (bateria) sempre seguido de riffs fortes, a letra é linda, som poderoso demais. “Atrocity Vendor”, rapidez e velocidade ferozes novamente reunidas, linda combinação de riffs e bateria, assim como o solo da guitarra.

“You Against You”, pura maldade com a guitarra ein! Hauhahah. Adorei, pesadíssimo e muito raivoso, vocês são os caras! E a derradeira “Pride in Prejudice”, que continua com a linha de raciocínio da maldade no som, mas é mais lenta no início, acaba fechando muito bem o play, tem um lance com a bateria e as guitarras matador no seu final. Incrível esse álbum.

Em resumo: Definitivamente é um álbum com as características extremas dos Titãs do metal. Regado de novos cadenciamentos no som, uma produção impecável, muito fácil de discernir os instrumentos individulamente, a voz está perfeitamente encaixada e enraizada onde precisa estar em todos os sons. As letras são intensar e cheias de sangue e maldade, a raiva é instrinseca e deliciosa de ouvir. Vale a pena parar pra ler essas letras. Parabéns é pouco pra esses caras.

Repentless – 2015

 Faixas:

  1. Delusions of Saviour
  2. Repentless
  3. Take Control
  4. Vices
  5. Cast the First Stone
  6. When the Stillness Comes
  7. Chasing Death
  8. Implode
  9. Piano Wire
  10. Atrocity Vendor
  11. You Against You
  12. Pride in Prejudice

 

Slayer

  • Tom Araya – vocal, baixo
  • Kerry King – guitarra
  • Gary Holt – guitarra
  • Paul Bostaph – bateria

Produção

  • Terry Date – produtor
  • Peter Mack – engenheiro
  • Derrick Stockwell – engenheiro assistente
  • Andrew Stuart – fotografia
  • Marcelo Vasco – arte de capa, layout
  • Howie Weinberg – masterização

 

 

Paula Alecio

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Paula Alecio

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